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Protetores lutam pela conscientização da tutela responsável

6 de outubro de 2010
4 min. de leitura
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Em 4 de outubro, é comemorado o Dia Mundial do Animal. Mas para algumas pessoas todos os dias são dedicados aos animais. Acolher, cuidar, alimentar e conseguir um lar são tarefas do cotidiano de gente que não pode ver um cachorrinho abandonado, um gatinho doente, ou até mesmo um burrinho vagando, maltratado. Ações desenvolvidas por grupos de ativistas, organizações não governamentais ou individualmente mesmo, fazem com que a vida de alguns bichinhos posa mudar para melhor.

Um exemplo de amor e dedicação aos animais é dado pela assistente social Neuma Cordeiro. Hoje, ela é diretamente responsável por 37 cachorros. Três estão em seu apartamento, no Recife, outros cinco na casa da sua mãe e outros dez acomodados em abrigos. Só que ela ainda cuida de 19 cães espalhados em várias localidades da cidade. “Quando eu andava por algumas comunidades, sempre via muitos cachorros perambulando. Então eu vou a estes locais e faço amizade com as pessoas para conseguir ajudar para os animais. Dou medicação, ração, mando castrar e vacinar”, conta Neuma, mostrando que nem sempre é necessário trazer o bichinho para dentro de casa.

A vontade de Neuma em ajudar os animais surgiu há dez anos quando a sua irmã costumava resgatava gatos na rua. Mas foi um período, quando ela morou fora do Brasil, que realmente abriu seus olhos para a possibilidade de atuar a favor dos animais. “Morei em Londres de 2003 a 2006, e lá há muita propaganda incentivando o apadrinhamento, a adoção. E você não vê animais na rua”, conta.

Ao voltar ao Brasil, a realidade era muito difícil. “Aqui, eu sempre andava pela cidade e via demais os animais abandonados, maltratados. Isso me incomodava muito e eu ficava sem dormir”, conta Neuma. Até que resolveu começar a agir. “Um dia eu socorri um cachorro atropelado. A partir daí fui buscando pessoas para adoções, abrigos e ONGs”, diz.

Essa inquietação também atingiu o empresário Jaime Medeiros. “Cansei de ver os animais na rua. Comecei no meu apartamento mesmo. Hoje, nós já ajudamos a mais de 450 cachorros a serem adotados”, conta. Há dois anos ele fundou a ONG PETPE – Casa Esperança e Liberdade para Animais Carentes, no bairro de Candeias, Jaboatão dos Guararapes. O local é inteiramente estruturado para receber cachorros.

“Recebemos os animais de rua trazidos pelas pessoas e elas contribuem com o apadrinhamento do cão. A gente não realiza resgate, por conta da grande demanda”, conta a enfermeira Amanda Fonseca, que atua na PETPE. Mas qualquer pessoa pode apadrinhar um cãozinho que esteja abrigado. O apadrinhamento de um cachorro de médio porte custa R$ 50 e R$ 100 para um de grande porte. Atualmente, a ONG está com 64 cachorros. Outra possibilidade de ajudar os cãezinhos é atuando como voluntário. “O sábado é o dia do voluntário. Vários adolescentes e jovens vêm até aqui para dar banho e passear com os cachorros”, diz Amanda.

Os cães ficam na casa da PETPE até serem adotados, o que acaba abrindo vaga para outros animais. O site da instituição e a comunidade do Orkut contam com fotos e informações sobre os cachorros disponíveis para adoção e apadrinhamento.

Outra protetora dos animais é a assistente social Simone Sales. Atualmente, 132 cães adultos, 14 filhotes, dois cavalos e três burrinhos dependem dos seus cuidados. Ela criou o Movimento de Proteção ao Cão em Risco (MPColina) também para receber e tratar de animais. “Todo o meu trabalho é voltado para a adoção. As pessoas levam os animais para mim. Na maioria é vítima de maus-tratos ou que foram recolhidos do CVA (Centro de Vigilância Ambiental)”, conta. O abrigo de Simone funciona em um sítio no bairro de Águas Compridas, em Olinda.

Para manter o local, a maior parte dos recursos sai do próprio bolso da assistente social. Mas ela também elaborou um sistema de apadrinhamento. “A pessoa pode apadrinhar a partir de R$ 10, que é em grupo. O individual custa R$ 70. A medida que o cão é adotado, o apadrinhamento é passado para outro. E essa ainda é uma forma de se adotar a distância por quem não pode ter um cachorro em casa”, diz Simone.

Tanto o MPColina quanto o PETPE acompanham, por um período, a vida nova dos animais adotados. “A pessoa assina um contrato de tutela responsável, onde se compromete a castrar o animal, cuidar bem, dar vacina em dia, levar ao veterinário a cada seis meses e nos mostrar o cão quando a gente for visitar”, conta Medeiros. “Eu telefono, recebo fotos, mas não é uma fiscalização. Entrego o cão para alguém que eu sei que vai cuidar”, diz Simone.

MPColina – www.mpcolina.com
Avenida Batalha do Tiuiti, 1228 – Águas Compridas
Telefone: (81) 3426-7949

PETPE – www.petpe.com.br
Avenida Beira Mar, 5794 – Candeias – Jaboatão dos Guararapes
Telefone: (81) 3478-8080

Fonte: Pernambuco

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