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Defensores dos animais pedem que o governo tailandês proíba a exploração de orangotangos em lutas de boxe

25 de setembro de 2010
3 min. de leitura
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Por Raquel Soldera (da Redação)

Defensores dos animais pedem que o governo tailandês proíba a exploração de orangotangos em lutas de boxe, que se tornou uma das principais atrações em um parque temático de Bangcoc.

Segundo informações do jornal 20 Minutos, os animais usam luvas e calças coloridas em um ringue, onde são obrigados a recriar uma luta de muay thai (boxe tailandês), enquanto um apresentador narra o deprimente “combate” ao som do tema do filme Rocky ao fundo.

Orangotangos obrigados a lutar boxe (Foto: Safari World)

Os orangotangos recebem comida para cada soco que dão no corpo de seu “adversário”.

Além dos dois orangotangos obrigados a simular a luta de boxe, mais uma dúzia de orangotangos também são explorados pelo parque, entre os quais uma fêmea vestindo um biquíni “sexy”, responsável por tocar o sino e subir no ringue para mostrar ao público o cartaz com o número de cada assalto.

A luta dura cerca de meia hora, e termina quando um macaco é nocauteado e é retirado em uma maca por dois orangotangos vestidos como massagistas e outro vestido como médico, enquanto centenas de turistas sádicos lotam o anfiteatro do parque Safari World Bangcoc e batem palmas sem parar.

Árbitro humano durante a luta (Foto: Ens News Wire)

Claro que não haveria aplausos nem risadas se o público soubesse que depois do “espetáculo” os orangotangos são amontoados em minúsculas jaulas escuras, sujeitos a um regime cruel e severo de “treinamento” que nenhum ser humano suportaria.

“Como se não fosse crueldade suficiente privar os animais de liberdade, ainda obrigam os machos a participarem de lutas onde podem se ferir, e as fêmeas fazem o papel de animadoras vulgares”, lamentou a diretora organização PETA na Ásia e no Pacífico, Ashley Fruno.

A ativista lembrou que esse espetáculo foi proibido em 2004, quando as autoridades locais descobriram que 48 macacos haviam sido importados ilegalmente da Indonésia, onde foram capturados por caçadores, e devolvidos ao seu país de origem.

Foto: Safari World

Após o retorno dos orangotangos às selvas da ilha de Bornéu, os especialistas da ONG que foi responsável pela reabilitação dos animais observaram que os orangotangos ficaram com graves sequelas, resultantes de sua passagem pelo parque, protegendo o rosto toda vez que uma pessoa se aproximasse, por medo de serem espancados, o que deveria ser uma prática comum por parte de seus exploradores.

Após seis anos e sem explicação aparente, este parque, localizado nos arredores de Bangcoc, retomou o sádico “espetáculo”.

A organização PETA pede ao governo da Tailândia que proíba definitivamente a apresentação, ressaltando que os orangotangos são uma espécie endêmica do sudeste da Ásia em grave perigo de extinção, e são vítimas de torturas e maus-tratos constantes para aprenderem habilidades que nada têm a ver com seu comportamento natural.

“Eles realizam atos que causam grande estresse, confusão e dor física, como no caso do boxe. O treinamento inclui métodos como espancamentos, privação de alimento, uso de varas elétricas, e até mesmo drogas para continuarem a trabalhar sem descanso”, indica Ashley Fruno.

E quando terminam de ensaiar, “são colocados em jaulas minúsculas, parecendo uma prisão tailandesa”, acrescentou.

Os responsáveis pelo parque se defendem insistindo que o programa é legal e tem todas as autorizações em ordem, mas se recusou a fornecer detalhes sobre a origem dos macacos, enquanto a polícia diz que não pode fazer nada sobre o caso.

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