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Vacina contra raiva segue suspensa em SP após reações adversas

24 de setembro de 2010
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Gatos apresentaram o maior número de reações graves (Foto: Reprodução/TV Globo)

Uma investigação da Secretaria de Estado da Saúde divulgada nesta sexta-feira (24) constatou que a vacina contra a raiva em cães e gatos foi responsável por uma taxa de reações adversas considerada elevada. Porém, o laudo das necropsias de 15 animais mortos não conseguiu estabelecer a associação dos casos com a vacina. A secretaria mantém a suspensão da campanha de vacinação dos animais por tempo indeterminado.

As vacinas não serão aplicadas até que os ministérios da Saúde e da Agricultura definam se é necessária a substituição dos lotes encaminhados a São Paulo. Técnicos do Ministério da Agricultura estiveram no estado para recolher amostras do produto, mas os resultados das análises ainda não foram divulgados, segundo a secretaria paulista.

Dois lotes foram distribuídos na campanha deste ano em São Paulo: os de números 59/2010 e 139/2010. A Secretaria de Saúde diz que 77,5% das cidades receberam exclusivamente o lote 59/2010, que foi o único distribuído em Guarulhos e na capital paulista. Essas cidades, as mais populosas do estado, foram responsáveis por 67% dos casos de reações adversas.

De acordo com levantamento da secretaria, entre os dias 13 de agosto e 21 de setembro foram recebidas 3.424 notificações de casos de reação em cães e gatos vacinados. Entre eles, 890 (26%) foram considerados graves. Desse total, 717 ocorreram em gatos. A taxa de eventos adversos foi de 4,86 casos a cada mil animais vacinados. Nos últimos três anos, o índice ficou sempre inferior a 0,07 caso por mil animais.

O Centro de Vigilância Epidemiológica realizou um estudo de campo com entrevistas e visita domiciliar a tutores de 82 animais de Guarulhos que apresentaram sintomas após a vacinação. Oitenta por cento deles vivem em residências e não tiveram contato com outros animais doentes duas semanas antes da vacinação. Segundo a secretaria, 57% desses cães e 32% dos gatos tinham recebido a vacina em campanhas anteriores, sem apresentar reações.

Morte de animais

Os 15 animais que morreram após receber a vacina passaram por necropsia na Universidade de São Paulo (USP). Cinco deles apresentaram hemorragias digestivas e dois também tiveram problemas no aparelho digestivo, sem sangramento. Outros dois laudos apontaram a causa da morte como indeterminada. Todos os demais cães e gatos morreram de problemas diversos, como choque hipovolêmico e broncopneumonia. A investigação prossegue e, segundo a secretaria, ainda não é possível relacionar as mortes com a vacina.

Fonte: G1

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