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Vítimas de ataques de tubarões se unem para defender a espécie marinha

13 de setembro de 2010
3 min. de leitura
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Nove sobreviventes de ataques de tubarão aderiram a uma campanha para sensibilizar as pessoas para o risco da extinção desses animais em virtude da ação do homem.

Os sobreviventes se reuniram nesta segunda-feira (13) na sede da ONU, em Nova York, para dizer ao mundo que o grande tubarão branco precisa de proteção urgente. Paul de Gelder, mergulhador da Marinha australiana, que foi atacado por um tubarão perto da Baía de Sydney, explicou que estava ali para “dar voz a um animal que não podia fazê-lo”.

A pesca está empurrando algumas espécies à beira da extinção, com 73 milhões de tubarões mortos anualmente só para a retirada de suas barbatanas, uma prática conhecida como finning. “Estamos dizimando a população de tubarões por uma tigela de sopa, apenas”, contou Gelder. O Pew Environment Group, uma organização sediada em Washington e que levou os sobreviventes para a ONU, informou que 30% das espécies de tubarão estão ameaçadas ou à beira da extinção, enquanto se desconhece o destino de 47%.

Cientistas alegam que exterminar os tubarões, que ocupam o topo da cadeia alimentar dos oceanos, criaria um efeito em espiral destrutivo para o ecossistema marinho. Por exemplo: os tubarões se alimentam de aves marinhas. Um declínio na população de tubarões significaria, assim, um aumento do número de aves marinhas que comem peixes que são a base alimentar do atum, outra espécie ameaçada.

Outro exemplo seria o colapso gradativo da vida nos arrecifes de coral, uma vez que a remoção do principal predador, provocaria desequilíbrio no ecossistema. “As consequências para o ecossistema do oceano são muito amplas”, explicou Matt Rand, diretor do programa de preservação de tubarões do instituto Pew. A instituição pressiona para por um ponto final ao finning – modalidade de pesca em que se retira apenas a barbatana do tubarão e o peixe é devolvido, agonizante, ao mar -, e por um endurecimento das normas para sua caça em todo o mundo.

Com informações da AFP

Nota da Redação: Vítimas da pesca e com a escassez de alimentos, os tubarões nadam em busca de comida e às vezes encontram um humano na frente. Mas eles não gostam da nossa carne.
“O que acontece é que o tubarão confunde um ser humano com alguma coisa que ele geralmente come. Depois que ele sente o gosto, percebe que aquela não é a comida com a qual está acostumado e solta a pessoa. A confusão do tubarão é mais fácil de compreender se enxergarmos as coisas sob o ponto de vista do animal. Muitas vítimas de ataque são surfistas ou pessoas andando de boogie boards. Um tubarão nadando embaixo d’água vê grosseiramente um formato oval com braços e pernas pendentes remando ao longo da superfície. Isto cria uma grande semelhança com um leão-marinho (a principal presa dos grandes tubarões-brancos) ou uma tartaruga marinha (uma comida comum para os tubarões-tigres). Os ataques também ocorreram com frequência quando humanos pescavam com arpões em águas oceânicas. Os tubarões são atraídos por sinais enviados por peixes mortos: o cheiro do sangue na água e os impulsos elétricos emitidos à medida que o peixe luta. Os tubarões detectam estes sinais com suas ampolas de Lorenzini, um conjunto de “detectores” sob a pele no nariz do tubarão. As ampolas são células eletricamente sensíveis que se conectam à superfície da pele por meio de pequenos tubos. Assim que o tubarão chega ao local, ele pode se tornar agitado e agressivo na presença de tanta comida. Um tubarão faminto e excitado pode facilmente confundir um ser humano com sua presa usual. Às vezes, o tubarão ataca porque está respondendo a uma agressão humana. Os tubarões-dormedores, por exemplo, geralmente são peixes calmos que permanecem parados no fundo do oceano. Por alguma razão, isto faz com que alguns mergulhadores  achem uma boa ideia puxar suas caudas. Tubarões-dormedores irritados ensinaram muitos mergulhadores a não tocá-los. Por esta razão, as estatísticas de ataques de tubarão são divididas entre ataques provocados e não-provocados. ” (por Ed Grabianowski – traduzido por HowStuffWorks Brasil)

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