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Macacos entram em colégio de Maringá (PR) à procura de comida

9 de setembro de 2010
3 min. de leitura
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Os macacos, moradores do Horto Florestal em Marigá (PR), começaram a aparecer no Colégio Estadual Juscelino Kubitschek de Oliveira no ano passado, mas essa foi a primeira vez que um deles  entrou numa sala de aula.

Professores fecham as janelas para evitar a entrada dos macacos. Foto: Douglas Marçal/ O Diário

“Eu fico sensibilizada porque eles vêm até a escola porque estão famintos”, diz a professora de inglês, Ciça de Oliveira, que teve a aula interrompida pelo macaco.

A visita dos macacos mudou a rotina. Assim que o intervalo termina, as zeladoras esvaziam as lixeiras para evitar que o bando revire os latões e espalhe o lixo pelo chão.

Além disso, é proibido abrir as janelas nas salas dos professores, da direção e da pedagogia. Se os vidros ficam abertos, os macacos entram e sobem nas mesas para comer os biscoitos dos docentes.

Bem-vindos

Entre os alunos, eles fazem sucesso. A presença dos estudantes não intimida os macacos e nem a visita dos bichos amedronta os alunos. Tanto que até agora nenhum atacou estudantes ou professores.

“Eu não tenho medo”, conta Adriel Machado, da 6ª série, que encheu a mão de biscoito de maisena para dar a um dos cinco macacos flagrados ontem de manhã na escola. “Eu dou comida porque eles estão com fome.”

O exemplo de Adriel se repetiu na hora do intervalo, período em que muitos estudantes deram biscoitos e salgadinhos aos bichos, mesmo contrariando as orientações da escola, que pede aos alunos que não alimentem os macacos.

Isabela Ariane Barbosa, do 3º ano do ensino médio, também alimenta os animais. “A professora briga quando a gente dá comida para eles, mas eu não ligo.”

Assim que soa o sinal para o intervalo, alunos do ensino fundamental distribuem biscoitos a um macaco na porta do refeitório. O menino estica o braço e oferece um biscoito. “Vem pegar!”, diz.

Alunos contrariam direção do colégio e alimentam os bichos; até o momento, nenhum ataque foi registrado. Foto:Douglas Marçal/ O Diário

O macaco, pendurado na porta, pega a comida e desaparece rumo ao telhado. Com a boca cheia de bolacha, sai correndo para não dividir o almoço.

A guloseima preferida dos macacos é o salgadinho industrializado, os chips – também o mais consumido entre os alunos durante o recreio. Maria Lúcia já flagrou um macaco rasgando a embalagem de um salgadinho e lambendo o plástico. “Não é exagero”, conta. “Eles comem de tudo: biscoito, fruta e chips. Já vi um bebendo suco de caixinha.”

Falta de comida

A escola atribui a “invasão” à falta de alimento no Horto Florestal. “Lá (no Horto) não deve ter comida suficiente para eles”, diz a diretora do colégio Edi Kalaf. Há também quem se preocupe com a saúde dos bichos.

“São uma graça, mas estão ingerindo comida que não deveriam”, alerta a pedagoga Terezinha dos Santos Soares.

Com informações de O Diário

Nota da Redação: As cidades estão avançando e destruindo habitats. É cada dia mais comum encontrarmos animais silvestres em áreas hoje urbanizadas em busca de comida. A alimentação que está sendo dada é inadequada e pode provocar problemas de saúde nos macacos.  Esperamos que as autoridades proporcionem condições de vida saudáveis para esses animais.

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