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Instalação de geradores eólicos ameaça espécies de morcegos em Portugal

8 de setembro de 2010
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A associação ambientalista Quercus contestou hoje a instalação de aerogeradores no parque eólico de Alvaiázere, em Portugal, junto de um abrigo de importância nacional para a conservação de morcegos ameaçados de extinção. A Quercus sustenta que os aerogeradores foram instalados em um local de importância ambiental “sem terem sido avaliadas alternativas de localização”, o que revela a irresponsabilidade do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade e uma “enorme falta de responsabilidade ambiental do promotor”.

Segundo a associação ambientalista, um dos aerogeradores está fora da área de estudo prévio do processo de avaliação de impacto ambiental e, portanto, como não foi aprovado, não devia ter sido instalado. Além disso, recentemente foi colocado um outro aerogerador a cerca de 100 metros abaixo do abrigo dos morcegos, o que representa um risco elevado para a sobrevivência destas espécies.

A Quercus alega que existem várias espécies de morcegos que são vulneráveis ou ameaçadas de extinção nesta zona. Até o estudo sobre morcegos incluído no RECAPE (Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução) solicitado pelo promotor confirma a existência de 14 espécies de morcegos das quais três apresentam um estado de conservação criticamente em perigo de extinção, uma encontra-se em perigo e cinco espécies são consideradas vulneráveis.

Foto: Diario as Beiras

A proximidade de parques eólicos de populações de morcegos, além de perturbar o habitat, eleva a probabilidade de colisão, sendo que o Eurobats, organismo técnico europeu especializado na conservação de morcegos, aconselha que estas infraestruturas se localizem a não menos de cinco quilômetros de distância de abrigos importantes.

A Quercus informa ainda que interpôs uma ação para contestar a colocação de três aerogeradores junto do algar dos morcegos, tendo a providência cautelar decretado que um deles “não deverá funcionar no período em que se julga existir uma maior atividade dos morcegos”. Dado que a decisão não salvaguarda algumas espécies protegidas em estado bastante ameaçado, a Quercus recorreu.

O dirigente da Quercus Domingos Patacho afirma que “a associação é contra a instalação de parques eólicos”, mas estes “não podem ser feitos sem respeitar os valores ambientais protegidos legalmente”. A empresa responsável pelo parque eólico de Alvaiázere, a Sealve, do grupo Finerge, não quis comentar as declarações da Quercus.

*Com informações de Diário as Beiras

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