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Luto pela morte de um animal pode ser semelhante ao da perda de um ente querido

7 de setembro de 2010
2 min. de leitura
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Estudiosos da mente humana constataram que a perda de um animal de estimação traz consequências muito parecidas com as provocadas pela perda de um ente querido em nossa vida.

Muitas vezes, para algumas pessoas, um animal pode se constituir numa forte referência de amor incondicional.

O processo de luto costuma ser mais demorado quando o animal vivia com pessoas solitárias, idosos ou casais sem filhos.

Na realidade, para psicanalistas, os animais de estimação não são apenas o que são, mas aquilo que representam para nós.

Dentro dessa visão, um animalzinho pode ser colocado no “lugar psíquico” de um amigo, filho ou companheiro.

Comparecendo à sala de espera de um veterinário, pode-se observar como a maioria dos tutores de animais se referem a eles como se fossem seus filhos.

A dor pela morte de um animal de estimação é verdadeira, portanto deve ser respeitada e não banalizada.

Muitos assim o fazem com comentários do tipo: “Era só um animal”; “sofrer assim, por causa de um cachorro?;” “ainda bem que não foi alguém da sua família, foi só um bicho”.

Pessoas que passaram por essa situação podem avaliar como é difícil lidar com a tristeza, o choro, a ausência de prazer nas atividades cotidianas, que se seguem após a morte de um animal, com o qual se tinha um vínculo afetivo.

Como em qualquer processo de luto, é necessário tempo para elaborar os sentimentos de raiva, revolta, culpa ou vazio, que são aflorados com toda intensidade.

A dor pela morte é sempre muito dolorosa, mesmo quando esperada. Portanto, é necessário ter alguém com quem se possa contar nesses momentos.

Nos Estados Unidos, grupos sem fim lucrativos, como a American Pet Loss, são especializados em dar apoio psicológico às pessoas que perderam seus pets.

Trata-se de um serviço muito importante, já que o sofrimento pela perda de um animal, tanto quanto o que decorre da morte de um ente querido, pode trazer sérias consequências quando não trabalhado.

O que a pessoa, que se encontra tão fragilizada, pode fazer nesse momento?

Uma das coisas é procurar alguém capaz de escutar com atenção, paciência e sensibilidade, sem julgar ou criticar.

É necessário também que esse alguém não force a conversa numa única direção, sabendo tolerar as oscilações dos sentimentos que surgem.

Não ter vergonha de abrir o coração e expor as emoções colabora, e muito, para que a pessoa possa ser ajudada.

Geralmente, o processo de luto leva mais tempo do que ela gostaria para ser atravessado.

Aos poucos, porém, a imagem daquele que partiu (e isso vale para o luto de pessoas ou de animais de estimação) passa a ser reintegrada.

As lembranças, expectativas, culpas e vivências vão sendo reconstruídas na rede simbólica, dando condições de retornar à vida.

Se, no entanto, a tristeza persistir e a falta de motivação para viver se prolongar, não se deve ter medo de buscar ajuda profissional.

Fonte: Gazeta de Piracicaba

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