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Coelhos são explorados em corridas de obstáculos na Europa

2 de setembro de 2010
4 min. de leitura
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(Foto: Por Reprodução)

Não bastasse a quantidade de “esportes” e práticas que usam animais como corridas de cães e de cavalos, rodeios, brigas de galos e as horríveis touradas, uma nova moda começa a se espalhar a partir dos países escandinavos. É uma espécie de olimpíada para coelhos. Uma prática que consiste em fazer o coelho correr superando vários obstáculos mais ou menos como no hipismo. Claro que para um animal tão tímido e independente como o coelho isso não é nada fácil. Apesar de seus adeptos jurarem que não há maus-tratos aos coelhos, a verdade é muito diferente.

Em primeiro lugar é sempre bom lembrar que coelho não é animal doméstico. É criado em casa ou outros lugares muito contra sua vontade, ou seja, num regime de escravidão. É um animal silvestre cujo habitat são as florestas e a liberdade. Só diante dessas características básicas já se tem uma noção de que participar de torneios e estar diante de uma plateia não é coisa para coelho.

Este esporte, que tende agora a se espalhar por vários países, surgiu na Suécia na década de 1980. Inicialmente quase como uma brincadeira e muito praticado pelas crianças. A motivação principal começou a partir de um programa de televisão britânico chamado That’s Life, no qual crianças apresentavam seus coelhos que haviam sido ensinados a pular cercas numa versão miniatura dos saltos com cavalos. Essa ideia acabou chegando às crianças suecas, que a desenvolveram muito bem com seus animais de estimação. Claro que depois desse início em forma de brincadeiras, os adultos começaram a se interessar. Cada vez mais adultos começaram a praticar essa espécie de brincadeira até que finalmente surgiram clubes para essa modalidade e várias regras foram estabelecidas para o esporte.

O primeiro Campeonato Sueco de saltos de coelhos ocorreu em 1987 com a participação de sessenta concorrentes. Já no ano seguinte o número de participantes havia dobrado e hoje há dois mil coelhos atletas espalhados pelos vários clubes com cerca de cinquenta categorias para sua prática. Com tanta movimentação, o esporte logo ganhou também os países vizinhos como Noruega e Dinamarca. Recentemente está chegando até a Alemanha.

Coelho pulando um obstáculo em competição (Foto: Por Reprodução)

Modalidades

O Campeonato Dinamarquês de Coelhos de 2010 foi realizado no início do mês atraindo grande número de concorrentes e espectadores. É dividido em quatro modalidades:

O Straight Elite: Os coelhos concorrentes devem pular uma série de obstáculos em linha reta. Os pontos são aumentados se o coelho não hesitar na hora do salto.

A Crooked Elite: Os obstáculos são colocados num espaçamento padrão e mais pontos ganham aqueles que receberem menos instruções de seus responsáveis.

Salto em Altura e Salto em Distância: É igual que em outros esportes. Tanto a altura quanto a distância vão aumentando. O vencedor é aquele que conseguir superar o obstáculo mais alto e também à distância.

Segundo os organizadores, por enquanto não é um esporte lucrativo. Tudo é feito pela gloria da vitória. É claro que todo esporte nasce exatamente dessa forma e depois tudo é transformado em dinheiro. Embora seus adeptos jurem que não há crueldade na prática do esporte. É difícil saber o que se passa por baixo dos panos, ou seja, durante o treinamento. Um animal tão independente e rebelde como coelho não é de fazer a vontade do tutor de maneira espontânea. Além do mais, se notam as caras tristes e assustadas desses animais durante as competições. Outro fator é que estão sempre amarrados a desconfortáveis coleiras e recebendo ordens das quais eles nada entendem. O estresse pelo qual passam esses animais durante as competições, como a retirada de suas casas, as viagens e vários outros incômodos também deve ser levado em consideração.

Em resumo, brincadeira de pessoas com animais só é boa para as pessoas; para os animais é no mínimo um tormento. Assim, é uma lástima que milhares de pessoas em todo o mundo lutem tão desesperadamente para a extinção de práticas de maus-tratos aos animais, enquanto outros que pelo visto não tem nada para fazer na vida, inventam outras, dessa vez contra os pacíficos e indefesos coelhos.

Fonte: Jornal Defesa dos Animais

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