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Novo sistema pode substituir ratos de laboratório por robôs

12 de agosto de 2010
3 min. de leitura
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Traduzido por Giovanna Chinellato (da Redação)

Enquanto a ficção científica prega que um dia todos os humanos serão substituídos por máquinas, ratos de laboratório podem estar mais perto desse futuro do que imaginávamos. Graças a avanços de software e robótica, muitos roedores podem ser substituídos até o ano que vem por um novo sistema de computadores.

Esse sistema salvará a vida de ratos inocentes usando robôs de alta velocidade para testar a segurança tanto de produtos farmacêuticos quanto de químicos ambientais (como pesticidas e produtos de limpeza) em células e moléculas isoladas. A tecnologia foi desenvolvida através da Tox21, uma colaboração entre três agência federais americanas: a FDA, EPA e o Instituto Nacional de Saúde.

Um comunicado à imprensa da EPA diz que, dentre muitas vantagens, o sistema poderá produzir dados mais relevantes para os humanos e reduzir o número de animais envolvidos nos testes. “Empresas de coletar dados para determinar toxicidade química estão atualmente muito acomodadas em testes em animais”, disse a EPA. “O número crescente de novos químicos, os altos custos dos testes e o boicote do público à crueldade com animais levaram à busca por métodos alternativos.”

Bob Chapin, um pesquisador sênior da Pfizer, explicou à Bloomberg que, em vez de o teste levar meses e torturar cerca de 80 animais, o novo sistema disponibilizará resultados confiáveis em menos de cinco dias – sem animais sendo maltratados. Estudos mais complexos, como de riscos de câncer, podem levar dois anos e custar as vidas de 800 ratos. Esses testes custavam mais de cinco milhões de dólares em 2000 – sem mencionar o custo das vidas.

“Queremos abolir os testes em animais”, disse David Jacobson-Kram, diretor executivo de farmacologia e toxicologia da FDA.

Já era tempo. Usar roedores como objetos de teste provou-se nada confiável, pois os ratos têm fisiologia diferente dos humanos. E, é claro, os testes em si são cruéis e desumanos. Estudos recentes descobriram que os ratos não apenas sentem dor como também, devido à vida no confinamento, têm o cérebro alterado.

Felizmente, as coisas parecem estar no rumo certo para animais de laboratório. Na Universidade de Tel Aviv, cientistas estão ocupados desenvolvendo meios de usar cultura de tecidos em testes – outro passo positivo para deixar os ratos em paz. O professor Amit Gefen disse que testar em tecidos modificados geneticamente pode ser muito mais eficiente. No Massachusetts Institute of Technology (MIT), na Brown University e outros centos de pesquisa, microtecidos vivos estão sendo cultivados a partir de células de cultura, outra forma de acabar com o sofrimento nos laboratórios.

Companhias farmacêuticas como a Pfizer estão sem dúvida empolgadas com o novo sistema de computadores, já que reduzir tempo de teste é aumentar os lucros. Deixe que eles festejem a possibilidade de poupar milhões de dólares. Nós, amantes dos animais, podemos festejar a possibilidade de salvar milhões de vidas.

Fonte: Animals Change

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