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Artista plástico descreve, no programa do Jô, como tortura baratas em suas obras

14 de agosto de 2010
3 min. de leitura
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Por Danielle Bohnen (da Redação)

Mais uma vez, o apresentador Jô Soares abre espaço em seu programa, na Rede Globo, para pessoas que se deleitam em torturar animais, como foi o caso de Adriana Birolli, que explicou às gargalhadas como torturou e matou coelhos e galinhas no escotismo, com piadas e imitações esdrúxulas por parte do apresentador (leia mais aqui).

Segundo informações do site do programa, “o artista plástico Fernando de La Rocque transformou seu pânico de inseto em arte e mostrou o resultado na exposição ‘Barata de ouro – Expressionante’, no Espaço Cultural Sergio Porto, no Rio”. Com um tom de humor e requinte, o texto desenvolve a ideia de como torturar animais pode tornar-se uma prática excêntrica quando transformada em “arte”, dizendo: “durante algumas madrugadas ele pintou baratas com colorjet dourado nas ruas do Leblon e Humaitá (…). Fotos das caçadas noturnas, bem como o feedback por e-mail dos que receberam os bichinhos estão expostos na galeria”.

Foto: Reprodução/TV Globo

Apenas pessoas sádicas e que pouco sabem o que é arte são capazes de pagar para visitar uma galeria onde são expostos animais mortos depois de serem cruelmente torturados e pintados como se fossem meros objetos para contemplação.

O artista ainda afirma que mandou as baratas por sedex, o que é proibido pelas normas do Correio. “Algumas baratas ele deixou fugir. Outras, ele capturou e enviou, vivas, via sedex, a amigos”. Mas existe, ainda, outro detalhe importante: “os Correios não aceitam a postagem de remessas contendo: animal vivo (…); animal morto, ossos e cinzas animais”, como pode ser confirmado na sessão do site oficial “o que não transportamos“.

“Depois de pintá-las e enviá-las pelo correio”, explica Fernando, “todas chegam vivas, mas quando a pessoa demora para abrir a caixa aí ela fica meio malzinha e acaba morrendo.”

Todos os animais são sagrados. As baratas, inclusive, como o próprio apresentador, em um inesperado lapso de lucidez, esclarece: “a barata é muito importante para ajudar a não poluíição”, por transformar gases tóxicos da atmosfera. Segundo o biólogo o Paulo Anibal G. Mesquita, em seu blog Mundo dos insetos, “as baratas alimentam-se de fezes e animais mortos e as formigas e os cupins que reciclam a matéria orgânica no solo atuando sobre plantas mortas e, nesse sentido, as baratas na natureza são importantes, pois devido ao seu hábito alimentar de aproveitar quase todos os detritos orgânicos, realizam a reciclagem dos nutrientes”.

O artista mostra o kit de caça às baratas e fala que é uma boa opção para quem encontra esse inseto em casa, para em vez de matá-la, fazer a captura e soltá-la em outro lugar (Foto: Reprodução/Rede Globo)

O pseudoartista, que faz também “obras” com baratas de plástico e silicone, prova ele mesmo a absoluta falta de necessidade de usar animais vivos para promover-se como um artista excêntrico, sem praticar atos de crueldade com animais vivos.

Nota da Redação: Todos os animais são sujeitos de direito e, além disso, parte de uma cadeia importante que mantém o equilíbrio ecológico, portanto todos eles merecem respeito. As baratas são importantes para reciclar a sujeira produzida no planeta. O que acontece é que o ser humano cria cidades e lugares que diminuem as reservas naturais e os animais são obrigados a se adaptar às novas condições, vivendo em esgotos e sujeitos a servirem de hospedeiros a diversas doenças. Mas isso não significa que devam ser submetidos à maldade humana, sofrendo com a crueldade de um homem que tortura e mata esses animais. O que é arte contém em si o respeito à vida. O que esse pseudoartista chama de arte é um ato criminoso contra a vida e a natureza. Nada além disso.

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