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Humane Society pede ao governador de Ohio (EUA) que proíba a guarda de animais selvagens

30 de agosto de 2010
3 min. de leitura
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Por Rachel Siqueira  (da Redação)

O líder da maior organização de proteção animal dos EUA pediu recentemente ao governador do estado de Ohio, Ted Strickland, pela proibição da guarda de animais selvagens, após o assassinato de um homem por urso, no Condado de Lorain.

Segundo o jornal Cleveland.com, Wayne Pacelle, presidente da Humane Society dos Estados Unidos, disse que o governador Strickland deve agir antes que outra pessoa seja morta por animais que não nasceram para serem confinados ou domesticados.

Foto: Reprodução/Plain Dealer

No dia 19 de agosto, Brent Kandra, de 24 anos, funcionário de uma fazenda de animais exóticos de Sam Mazzola, estava alimentando um dos nove ursos pretos, quando o urso fatalmente o atacou.

Ohio é um dos 20 estados que não têm lei alguma que proíba a tutela de animais selvagens e não nativos. É, também, um dos dois principais estados na venda e leilão de animais exóticos.

Foto: Reprodução/Opposing Views

Strickland e outros líderes de negócios agrícolas dos Estados Unidos concordaram, em 21 de julho, com um plano para melhorar o tratamento dos animais e a proibição do confinamento de animais selvagens em cativeiro. As regras, no entanto, não se aplicam a jardins zoológicos, circos ou ao resgate de animais e operações de reabilitação.

O acordo pede que os departamentos de Agricultura e Recursos Naturais “coordenem e ajam em prol dos animais selvagens, incluindo a proibição da venda e/ou guarda de grandes felinos, ursos, primatas, cobras, jacarés e crocodilos.”

Strickland está comprometido com o acordo, disse sua porta-voz, mas irá permitir que o processo de elaboração das regras decorra normalmente.

O governador espera que a regulamentação seja aprovada até o final do ano, disse ela.

Wayne Pacelle, presidente da Humane Society, disse que a morte de Brent Kandra salientou a necessidade imediata da proibição da guarda de animais exóticos. Disse, ainda, que a ordem impedirá que a população compre, crie, venda ou troque animais exóticos. Pessoas que já cuidam de animais exóticos poderão mantê-los em sua tutela.

Mas com uma exceção: Sam Mazzola – proprietário da fazenda onde Brent Kandra foi morto.

Sam Mazzola obrigava ursos a participar de duelos (Foto: AP/Jamie-Andrea Yanak)

“Ele não deveria ser autorizado a manter seus animais em função de todos os problemas que já teve ao longo dos anos”, disse Pacelle.

Sam Mazzola e seus animais têm um grande histórico de conflitos com as autoridades locais, desde, pelo menos, 1986, quando Mazzola manteve em cativeiro César, um urso de 320 quilos, nos condomínios de Brunswick Hills.

Por 20 anos, Mazzola oferecia às pessoas – muitas delas bêbadas – a “oportunidade” de lutar com César ou com um de seus outros ursos.

Alguns dos críticos de Sam Mazzola esperavam que o “show de ursos” fosse encerrado em 2008, quando o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos privou-o de uma licença federal para exibir animais exóticos e o multou com quase 14.000 dólares, por se recusar a permitir a inspeção de uma exposição, ameaçando funcionários federais.

Mas isso não fez com que Mazzola se separasse dos animais que alega amar. Em setembro de 2009, Sam Mazzola se declarou culpado no Tribunal Distrital dos Estados Unidos de duas acusações de exposição e venda de animais exóticos sem uma licença. Ele foi sentenciado a três anos de prisão condicional e deve prestar 250 horas de serviço comunitário.

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