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Gás sulfídrico envenena peixes e jacarés em rio de Rondônia

25 de agosto de 2010
3 min. de leitura
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Agravado pela baixas temperaturas, o inflamável gás sulfídrico (H2S) causou a mortandade de peixes, répteis e anfíbios no Rio Bambu, um dos principais afluentes do Rio São Pedro, em Rolim de Moura, a 500 quilômetros de Porto Velho (RO). A tragédia ambiental ocorre há mais de um mês nesse rio cuja nascente fica no município de Santa Luzia do Oeste, perto de Rolim.

Foto: Reprodução/Portal Amazônia

Na análise de pH e oxigênio da água coletada do rio encontrou-se um valor de sulfeto acima do recomendado pela Resolução n 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), diz a nota técnica divulgada esta semana pela Divisão de Recursos Pesqueiros da Coordenadoria do Meio Físico da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental.

O pH expressa a intensidade da condição ácida ou básica de um determinado meio. A resolução do Conama estabelece os parâmetros da qualidade de água doce tipo 1. “O sulfeto, quando solubilizado em água é chamado de gás sulfídrico, incolor, com odor característico a ovo podre. É produto de dejetos animais e humanos”, diz o relatório.

Até a revelação de um laudo assinado pela engenheira Raica Esteves Xavier, especulava-se que a mortandade de peixes, cobras e jacarés seria consequência de derramamento de produtos químicos de uma indústria local.

No entanto, a nota assinala que o gás ocorre naturalmente no fundo de rios e igarapés, resultante da decomposição da fauna e flora aquáticas e da matéria orgânica carreada por meio da alta precipitação pluviomêtrica. As últimas chuvas na Zona da Mata ocorreram entre abril e maio.

Ainda de acordo com a análise, a diminuição da temperatura provoca a desestratificação da camada de água, levando-a do fundo a se misturar com as demais camadas de cima. Daí, o envenenamento.

Um gás perigoso para a fauna

A situação do Rio Bambu já ocorreu em outras regiões brasileiras. Não poupou nem a Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Dizem os especialistas no Rio que o problema é geológico e não ambiental.

Um gás tóxico – que pode ser sulfídrico (H2S), carbônico (CO2) ou metano (CH4) – é proveniente do subsolo, torna o ar e a água irrespiráveis, pode ter sido, segundo estudiosos, o grande responsável pelo mau-cheiro que tomou conta da lagoa, após a morte rápida de toneladas de peixes.

Um desses estudiosos é o pesquisador Valiya Hamza, coordenador do Laboratório de Geotermia do Observatório Nacional, onde é professor titular. Observando diretamente o fenômeno e baseado em estudos de terceiros, ele supõe existirem bolsões de gás que chegam por baixo do fundo lodoso, “através de uma falha geológica que corta a parte norte da Lagoa”.

“Quando há um aumento de pressão, o gás sobe, atravessa o lodo e infesta a superfície. Dependendo da quantidade e do tipo de gás, ocorre a morte em massa de peixes”, disse. Em Rolim, salvo outras conclusões, teria sido esse o motivo da mortandade.

Com informações do Portal Amazônia

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