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Gata que tomou vacina antirrábica dormiu quase 40 horas, diz tutora

20 de agosto de 2010
3 min. de leitura
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A dona de casa Judite Ribeiro dos Santos, de 56 anos, não podia imaginar que suas gatas de estimação pudessem ter uma reação tão forte após a vacina contra raiva. A gata siamesa Nina, de 3 anos, dormiu quase 40 horas depois de ser vacinada na Zona Leste da capital. Sua companheira Lola, de 5 anos, que é vira-lata, acordou um pouco antes.

Nina recebe carinhos da tutora depois de dormir quase 40 horas (Foto: Letícia Macedo/G1)

“Elas tomaram a vacina por volta das 13h de quarta-feira (18) em Artur Alvim. Às 15h, ela dormiu e só acordou nesta sexta-feira (20), às 6h. Eu rezei até para São Francisco para salvar as minhas gatas e todos os animais que tinham tomado essa vacina”, afirmou Judite, que estava aliviada na manhã desta sexta. A gata também apresentou respiração ofegante.

Lola também teve reações depois da vacina (Foto: Letícia Macedo/G1)

O marido de Judite, Erasmo Cícero dos Santos, de 54 anos, disse que entrou em contato pelo telefone com uma veterinária. “Ela me disse que mais de dez pessoas já tinham ligado reclamando que os gatos estavam quietos, sem comer e com muita dor. Pelo que relatei, ela disse que era uma reação provocada pela vacina mesmo”, contou.

Campanha
Na capital paulista, foram diagnosticados 567 casos de reações nos primeiros dias da vacinação. A campanha começou em 16 de agosto.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, foi confirmada a morte de um animal em razão da vacina e outros nove casos estão sendo investigados. A maior parte das reações foi observada em animais de pequeno porte (em torno de 6,5 quilos de peso).

Em 38% dos casos, os animais apresentaram reações consideradas graves como prostração, anorexia, dificuldade respiratória, convulsões e hemorragias. Por isso, o governo estadual suspendeu temporariamente a campanha de vacinação na quinta-feira (19).

“Toda vacina é passível de ter reações. O que nos surpreendeu foi o número e a intensidade das reações”, declarou a médica veterinária Ana Claudia Furlan Mori, gerente do Centro de Controle de Zoonoses do município de São Paulo. “Ainda é prematuro atribuir alguma responsabilidade à vacina, ao laboratório ou à aplicação. É temerário fazer qualquer afirmação antes de uma análise clínica e epidemiológica detalhada”, disse. O Instituto Pasteur irá investigar os óbitos e as reações graves, de acordo com a secretaria.

Tipo de vacina
Essa é a primeira vez que a campanha adotou esse tipo de vacina. “Ela produz uma resposta imunológica melhor, porque proporciona uma proteção mais rápida e duradoura. É uma vacina de cultivo celular, isto é, feita em laboratório e não utiliza camundongos. É o mesmo tipo de vacina que é utilizado em clínicas particulares”, disse.

A Secretaria do Estado da Saúde afasta riscos para a população devido à suspensão temporária da vacinação contra a raiva. A vacinação de seres humanos está garantida e continua em todo o estado. Caso a pessoa seja mordida por um animal suspeito, ela pode procurar atendimento médico e receberá uma vacina que é diferente da que é aplicada nos animais.

Fonte: G1

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