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A omissão de cada um

19 de agosto de 2010
4 min. de leitura
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 Este artigo tratará da questão da Omissão .  Ele não vai esgotar a discussão e nem e nosso  objetivo  , mas sim trará a tona uma realidade com a qual todos nós convivemos  , conhecemos e muita das vezes, fazemos parte.
 
A omissão pode ser caracterizada em dois aspectos  :  a estrutural , que está ligada aos “Aparelhos Ideológicos do Estado”,  o qual norteia a vida dos cidadãos  em todos os aspectos e a omissão individual , aquela que  a pessoa  ignora a realidade do outro e de forma cruel  faz com que ele sofra .
 
Este tipo de omissão e tão violenta porque toca  de perto as pessoas que dela precisam , e ao ignorá-las o omisso passa a ter uma atitude de desprezo pelo seu semelhante de forma que,  em tudo que possa acontecer com o outro , ele vai sentir prazer . A pessoa omissa  é alguém que tem extremo conhecimento da realidade do outro,   ele não é uma pessoa  alienada , “eu não faço porque não sei”, não , ele não faz porque o outro nada lhe diz  e sua situação menos ainda  , por isso que a pessoa omissa é capaz  de compreender perfeitamente  o que o outro precisa , tem consciência , mas não age em seu favor , apenas ignora o fato  não deixando se influenciar pela realidade que esta gritando ao seu ouvido .
 
A pessoa omissa tem uma grande frieza em relação aos acontecimentos, pois lhe falta a sensibilidade  , o carinho , a compreensão pelo outro  , o omisso não tem compaixão  , ele não se apaixona pelo outro , pelas causas importantes que dão sentido a vida do ser humano , como transformar o mundo  numa realidade melhor de forma democrática e participativa . Ele não sabe o que é participar , ajudar , pois a sua insensibilidade  não permite tais atitudes , ele caminha do lado contrário da humanidade  , consciente dos acontecimentos  e capaz de desviar de forma criativa a sua omissão de maneira que tais fatos não o atinjam .
 
A omissão não permite  o experimentar do amor , a sua forma de amar e extremamente dominante e individualista  , a relação Eu -Tu  ou Eu -Outro  é ausente em suas relações sociais  e afetivas , pois o que lhe dá prazer é a necessidade do outro  e não a felicidade  , daí a omissão ser um ato pernicioso e cruel com quem dele precisa , pois o ato do omisso é capaz de matar  ou deixar que o outro morra para que ele se salve . O omisso é um verdadeiro delator  da integridade física e moral  das necessidades  do que o outro precisa .
 
O omisso ignora os apelos  ecológicos, ambientais ,  ignora a defesa dos animais  , como disse antes , não que ele não tenha consciência , ele a tem , mas falta-lhe a sensibilidade  transformadora e envolvente  nas causas sociais e muitas vezes é capaz ate de opinar , sempre como dono da verdade  e de forma como entrou , sai  de mansinho , é o mínimo que se permite  , não que ele esteja preocupado  ou  que possa ter passado por uma situação que  obrigou-o a ter pelo menos que se manifestar , um verdadeiro martírio para ele ,  mas não o toca , apenas o irrita .
 
Como superar está situação que pode ser muito melhor analisada, no campo da psicologia?
 
É um verdadeiro jogo de paciência  por parte do outro ou das instituições que precisam  agir na sociedade e buscar parceiros. É a oportunidade do acolhimento, ele não sendo acuado , oprimido , o omisso pode  passar de caçador  para um grande defensor da caça .
 
Vale a pena tentar , sim , é um grande desafio  , pois testamos nossa maneira de acolher o outro , o diferente , abrimos nosso coração para aquilo que acreditamos . O amor transforma, rejuvenesce  , e capaz  de derreter os corações  endurecidos pela vida  , afinal e nisso que acreditamos,  ou não?  
 
Tente  e depois você me diz .

Boa sorte .
 
 
 
Padre Rogério Cruz – Icab  – Filósofo – Teólogo – cursando mestrado em Eco-Teologia em Belo Horizonte , Presidente da Ong Vivacão   www.ongvivacao.com.br  – [email protected]


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