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Extermínio de animais continua nos Centros de Vigilância Ambiental de PE

18 de agosto de 2010
3 min. de leitura
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Mesmo com a aprovação na Assembleia Legislativa de um projeto de lei que proíbe o sacrifício indiscriminado de cães e gatos nos Centros de Vigilância Ambiental (CVAs) de Pernambuco, no último dia 11 de agosto, a prática permanece disseminada. A denúncia partiu da auxiliar de veterinária Osvaldina Rodrigues, de 59 anos, do bairro de Rio Doce, em Olinda, que adotou dois cachorros só nos últimos cinco dias.

Ela conta que foi ao CVA Recife, em Peixinhos, a pedido de um amigo, que estava à procura de um animal. “Não consegui encontrar o cachorro que ele desejava, mas fiquei sabendo que 20 filhotes de quatro cadelas seriam sacrificados até ontem, caso não fossem adotados”, detalha Osvaldina. Comoveu-se e acabou saindo de lá com Vitória, um dos sete animais sem raça definida que a enfermeira, atualmente, mantém em casa, na 3ª Travessa Belo Jardim.

Integrante do Movimento de Proteção aos Animais Colina, a auxiliar de veterinária diz que lamentou ter de sair da unidade com apenas um dos filhotes. Se pudesse, teria levado os demais e os outros seis mil que foram mortos, só na capital pernambucana, em 2009. “Parece pouco, mas é uma vida que foi salva. Não vivo sem eles. São os meus melhores amigos. Gostam de mim, mesmo quando doente ou sem dinheiro”, brinca. O outro animal chamada Estrada, também fêmea, foi adotada um dia depois de Vitória, no sábado. Dia em que Osvaldina voltava da casa da mãe, no bairro de Cavaleiro. Vítima de uma colisão, na BR-232, o animal poderia ter morrido caso não fosse resgatado. A fêmea acabou recebendo o nome de onde foi atropelada.

Contrariando a tendência natural dos CVAs, já que cães e gatos são mortos após três dias de permanência nos centros, os outros 19 animais, deste caso, também serão mantidos vivos, assim como Vitória. Quem assegura é Amaro Souza, gerente do CVA Recife. Segundo ele, os cachorros serão mantidos vivos até o dia em que houver a adoção. A exceção à regra atende ao pedido de Etelvina Tedim, também filiada ao Colina.

O gerente argumenta ser a favor da eutanásia para os animais que fiquem em estado grave após atropelamento e para aqueles portadores de doenças graves ou infectocontagiosas incuráveis, como a raiva. Como um casal de cachorros, por exemplo, pode gerar até 50 mil descendentes a cada seis anos, ele propõe um reformulação estrutural no centros. “Estamos passando por restruturação. Hoje, temos canis de adoção e clínicas oferecendo atendimentos gratuitos. A estrutura precisa ser ampliada e modificada”, explica, ressaltando ser contra a matança indiscriminada.

Hoje, a cada mês, cerca de 300 cães e gatos recolhidos na rua ou abandonados pelos tutores chegam à unidade que, de janeiro a julho deste ano, contabilizou apenas 90 resgates de animais pelos tutores. Outros 196 cachorros e apenas um felino foram adotados. Você também pode fazer uma denúncia no Diario. Basta acessar o site do Cidadão Repórter, pelo endereço eletrônico www.pernambuco.com/cidadao.

Projeto

Até o dia 26 deste mês, o governador Eduardo Campos deve sancionar uma lei, de autoria do deputado estadual André Campos (PT), que acaba com a eutanásia descontrolada de animais nos CVAs. Aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa, o projeto de lei determina que o poder público se responsabilize por construir unidades de exposição de animais em situação de adotação e faça campanhas educativas sobre o tema em escolas.

Sites para adoção

PetPE – www.petpe.com.br. Telefone: (81) 3478 8080
Arca de Noé – www. arcadenoe-pe.ewbnode.com
Rede de adoção – www.rededeadocao.com.br
Centro de Vigilância Ambiental (CVA) do Recife – www.recife.pe.gov.br (no ícone “adote um aninal”.)

Fonte: Diário de Pernambuco

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