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Santuário de Fátima pode processar protetores dos animais

16 de agosto de 2010
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Dezenas de pessoas participaram ontem, em Fátima, num protesto silencioso contra os alegados maus-tratos a animais no Santuário, o que leva os seus responsáveis a admitir “agir judicialmente contra as entidades e pessoas promotoras da campanha difamatória”. A GNR investigou as queixas e não encontrou indícios que provassem o envolvimento do Santuário em maus-tratos a animais.

A Associação Protetora dos Animais Abandonados de Fátima (APAAF) foi a primeira a denunciar os alegados maus-tratos e abates de animais abandonados junto ao recinto do Santuário. A notícia publicada em maio pelo DN foi mais tarde desmentida pela reitoria. “São falsas e caluniosas as acusações amplamente divulgadas na Internet, segundo as quais, por ordem da Reitoria do Santuário de Fátima, são maltratados ou abatidos os cães ali encontrados”, defende o reitor do Santuário, padre Virgílio Antunes, em comunicado.

Para sustentar as denúncias, a presidente da APAAF divulgou fotografias de animais maltratados e mortos, alegadamente, por funcionários do Santuário. Ao protesto de ontem juntou-se o Partido pelos Animais (PPA). Os manifestantes, vestidos de branco ou preto, envergavam cartazes com a inscrição “Vamos dar voz aos animais” e com frases do papa João Paulo II ou da madre Teresa de Calcutá. Aproveitaram para distribuir aos peregrinos um comunicado explicando os motivos do protesto. O porta-voz do PPA fez um balanço “extremamente positivo” da ação, salientando a presença de pessoas de todo o País “para darem voz aos animais que não a têm e que estão a ser maltratados neste Santuário”.

Paulo Borges diz esperar que da manifestação resulte “a continuação da sensibilização da opinião pública”, mas também “uma maior sensibilização da Reitoria do Santuário” para um diálogo com as associações que a promoveram e para que considere a sua proposta. “A nossa proposta é que uma pequeníssima parte das elevadíssimas verbas que são auferidas anualmente no Santuário possa ser aplicada na construção de um canil onde os animais possam viver em situações condignas”, refere Paulo Borges. Acrescentando que esta “seria uma atuação perfeitamente de acordo com os princípios cristãos e católicos”, além de que “seria uma excelente forma de promover uma boa imagem para o Santuário de Fátima”.

No comunicado disponível na página do Santuário, o padre Virgílio Antunes defende que estas acusações representam um “caso de uso abusivo do nome do Santuário de Fátima, instituição querida a muitos milhões de cidadãos portugueses e estrangeiros, em função de uma campanha de defesa dos animais, por os seus autores saberem que esse nome tem um grande alcance mediático”.

Confrontado com o desmentido do Santuário e com a investigação da GNR, que concluiu não haver indícios desta situação, o porta-voz do PPA aponta para “reportagens fotográficas” e para uma outra televisiva. Por outro lado, salienta que “em Portugal é extremamente difícil que as autoridades se sensibilizem para a evidência de maus-tratos aos animais”, considerando existir neste âmbito uma “impunidade generalizada”.

Fonte: DN Portugal


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