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Bauru (SP) tem sua primeira delegacia para crimes contra animais

9 de agosto de 2010
4 min. de leitura
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Os recentes casos de violência têm deixado os bauruense aflitos ao pensar na quantidade de homicídios registrados este ano e revoltados quando o assunto são animais, como da cadela Vida . Enquanto há um movimento na cidade para instalar um novo Batalhão da Polícia Militar visando aumentar a segurança na cidade, a Polícia Civil criou um Distrito Policial (DP) especializado em crimes ambientais, que será responsável por todas as ocorrências do gênero e relativas a animais registradas em Bauru.

De acordo com o delegado titular da Seccional bauruense, Benedito Antônio Valencise, o distrito escolhido para presidir os inquéritos relativos ao meio ambiente será o da Vila Falcão, o 1.º DP. As atividades específicas começam a ser exercidas pela delegacia já nesta segunda-feira, demonstrando o avanço conquistado na proteção de animais, especialmente com o destaque do caso da cadela Vida.

O 1.º DP tem Dinair José da Silva no cargo de delegado titular, mas um outro profissional será designado para a delegacia da Falcão para ficar responsável apenas pelas ocorrências relativas a crimes ambientais. “Ainda estamos vendo quem será indicado, mas outro delegado vai para o 1.º DP ainda este mês para tratar exclusivamente desses assuntos”, revelou Valencise.

Ele explicou que esta inovação visa facilitar o atendimento dos casos referentes ao meio ambiente devido à especialização da equipe de atendimento, que será disponibilizada especialmente para tratar desses assuntos, apresentando melhor preparo para os serviços. Para isso, o distrito da Vila Falcão vai contar com um policial especializado em atendimento de crimes ambientais, responsável por tomar todas as providências. Além disso, o atendimento vai contar com veterinários para fazer exames nos animais.

A criação do DP especializado em crimes ambientais também tem o objetivo de despertar nas pessoas a consciência de que Bauru possui um local de fácil acesso para ser reivindicada a proteção ao meio ambiente e dos animais. Segundo a avaliação de Valencise, a partir do momento em que a cidade possui um lugar específico para atender este tipo de crime, os cidadãos podem sentirem-se estimulados a atuar mais em defesa dos animais.

Com laudo veterinário, delegado está atrás do agressor da cachorra

A Polícia Civil está atrás de quem agrediu e quase matou a cachorra bull terrier encontrada agonizando, com ferimentos gravíssimos, na Vila Santista, em Bauru, na semana passada. O laudo veterinário confirma que a cadela, que foi adotada e recebeu o nome de Vida, perdeu a visão do olho esquerdo em função de glaucoma que pode ter sido causada por agressão. Também confirma que o animal sofreu escoriações na região temporal, nos dois lados do crânio e que apresenta transtorno neurológico que pode ter sido causado por trauma.

Além disso, a cachorra está com sarna. O delegado Dinair José da Silva, do 1.º Distrito Policial, que conduz a investigação, conta que tomou depoimento do vendedor Cristiano Marinho, que socorreu a cadela quando a encontrou muito machucada, e de Carlos Rossi, que a adotou, e fez diligências no local. Além do laudo veterinário, estão anexadas ao inquérito fotografias que mostram o estado em que a cachorra foi encontrada.

Agora, o delegado trabalha com meios de inteligência policial e pede a quem tenha visto a agressão ou tenha alguma informação sobre o caso que a repasse à polícia. Dinair garante sigilo do nome de quem vier a ajudar a polícia a identificar o agressor da cadela Vida e também o seu tutor, que poderá responder por abandono do animal. A única informação que a polícia tem é que o autor da agressão seria um homem que estaria passeando com seu cachorro pela região.

A cadela teria investido contra seu cachorro e, ele, agredido Vida. “Apelamos a quem souber alguma coisa sobre o agressor que informo a polícia até porque é provado cientificamente que o agressor de animal é um potencial agressor de pessoas, principalmente mulheres”, frisa. “Quem fez isso com um animal, pode fazer com uma pessoa. Tem potencial agressivo”, completa o delegado.

A Lei 9.605/98, artigo 32, prevê que praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos é crime. Nestes casos, a pena de detenção vai de três meses a 1 ano e multa, mas caso o animal venha a óbito a pena é acrescida de um terço de seu total. (Ieda Rodrigues)

Serviço:

O Distrito Policial de Crimes Ambientais fica na avenida Comendador Daniel Pacífico, 2-17, Vila Falcão.

Telefones 3238-7377 e 3238-5151.

Fonte: JC net

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