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Baleias são monitoradas pelo canto, após desastre no Golfo do México

31 de julho de 2010
3 min. de leitura
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As baleias cachalote se alimentam de plâncton e estão seriamente ameaçadas com o desastre no Golfo do México. (Foto: Getty Images)

Biólogos da Agência Nacional de Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, a NOAA, instalaram escutas eletrônicas ao longo da costa no Golfo do México para monitorar a vida marinha, em especial as baleias, nas áreas afetadas pelo derramamento de óleo. O canto dos animais está sendo estudado para descobrir quais as áreas que eles frequentam, a quantidade de indivíduos e o sofrimento das populações.

O estudo do NOAA é focado nas baleias cachalote e baleias de bryde, que se alimentam de plâncton, e os pesquisadores identificam como seriamente ameaçadas com o desastre.

Para avaliar a saúde das baleias, a equipe de Cornell, em parceria com a NOAA, está colocando o 22 unidades autônomas de gravação marinhas em um arco ao longo da plataforma continental do Golfo em profundidades de 2.296 a 3.280 pés (700 a 1.000 metros) em ambos os pontos afetados pelo petróleo e em locais ainda não atingidos. O arco reflete a área de alimentação e reprodução das baleias.

“Noite após noite, pelas câmeras instaladas que transmitem imagens para nossas web cams, vemos o óleo se espalhando pelo oceano”, disse em entrevista ao site LiveScience o biólogo Christopher Clark, chefe do Programa de Pesquisa Bioacústica (BRP) do Laboratório Cornell. “nós nos perguntamos o que podemos fazer, qual o impacto disso? No caso dos mamíferos marinhos, não sabemos porque não temos ideia do que realmente está lá”, disse.

Embora não se saiba muito sobre os pontos onde as baleias de bryde se alimentam, os cientistas sabem que esta espécie faz chamadas de muito baixa frequência. Como no fundo do oceano esses sons viajarm grandes distâncias, os cientistas esperam que os gravadores também captem o canto das baleias de bryde.

“Como as baleias usam sons como comunicação, ao ouvir, podemos dizer quais as espécies que estão lá, quando elas estão lá e, em alguns casos, se estão bem de saúde e o que estão fazendo”, disse Aaron Rice, diretor da BRP. “Jubartes e baleias-francas ocasionalmente podem estar perdidas no Golfo também, mas não são habitantes regulares”, disse Rice.

Contando baleias

Após três meses de gravação, os dados se transformam em espectrogramas, ou gráficos de frequência e tempo. “Na maioria dos casos, você pode ter uma ideia da relativa abundância de baleias e dizer que elas estavam emitindo os chamados”, disse Rice, acrescentando que uma limitação é que, quando um grupo de cantos de baleia fica gravado, é complicado dizer se é uma baleia fazendo muitos chamados ou várias baleias fazendo chamadas de uma só vez. “Mas podemos dizer, em muitos casos, ‘há um, mais de um ou muitos’, o que para avaliar o impacto no Golfo do México, é uma das informações mais importantes”, acrescentou Rice.

Os resultados não podem dizer aos investigadores exatamente como o petróleo está afetando as baleias, mas eles dão boas pistas. Eles sabem que o petróleo poderia servir diretamente como um irritante, ou pior, uma vez que pode causar algum tipo de doença ou mesmo a morte. Indiretamente, o óleo pode também matar o alimento desses animais (peixes e plâncton).

Os pontos de escuta também podem ajudar a esclarecer o motivo que faz a contagem da população ser potencialmente baixa. “Uma baleia cachalote e um monte de tartarugas marinhas encalharam nas praias ao longo do Golfo durante o desastre do derramamento de óleo”, disse Rice. “E eles não estão mostrando sinais de toxicidade do óleo – não há nenhuma evidência de resíduos de petróleo nos tecidos quando são submetidos à autópsia. No entanto, peixes e plâncton na área estão mostrando um pouco de óleo em seus tecidos”, acrescentou Rice.

Fonte: Terra

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