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Chip ajuda a evitar acidentes com animais em via de SP

30 de julho de 2010
4 min. de leitura
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A preocupação com o aumento de acidentes nas rodovias Anhanguera e Bandeirantes, em São Paulo, envolvendo animais soltos pelas pistas, levou a concessionária AutoBAn, responsável pelas estradas, a implementar um programa de doação de microchips ao centros de controle de zoonoses (CCZs) das cidades atravessadas pelos trechos. A ideia é implantar os aparelhos em cães de comunidades carentes que se situam às margens das rodovias e conscientizar os tutores dos riscos e consequências legais de se permitir que os animais transitem livremente pelas estradas.

O microchip é introduzido por meio de uma agulha na região subcutânea da nuca do animal, não sendo necessária a aplicação de anestesia. No aparelho são registrados o nome, o endereço e as características do cão. Segundo a concessionária, nos últimos 18 meses, cerca de 200 acidentes de trânsito ocorreram com animais na pista, sendo 80% deles com cães abandonados. No mesmo período, aproximadamente 2,5 mil cães mortos foram removidos dos 320 quilômetros do sistema Anhanguera-Bandeirantes.

O programa foi iniciado na cidade de Americana com a implantação de 100 microchips em cachorros do bairro Asta 3, região periférica do município. No local, foi realizado um mutirão por veterinários do CCZ da cidade, oferecendo castração gratuita e a implantação do equipamento nos animais. Morador do bairro, o autônomo José Walfrido Nascimento Júnior, de 26 anos, tutor do cão Sena, disse que aprovou a iniciativa e que quem realmente gosta dos seus animais aderiu à iniciativa sem nenhum problema. “Com o microchip, caso o cachorro se perca, agora temos como localizá-lo”, disse.

Segundo o coordenador do CCZ de Americana, o veterinário Fernando Vicente Ferreira, a receptividade ao programa tem sido grande e os tutores não têm se recusado a implantar o microchip. “Estamos otimistas com esse auxílio. Com os microchips poderemos mapear onde as ocorrências de animais soltos têm maior incidência, ampliando a fiscalização e conscientização nesses locais”, afirmou.

A AutoBAn informou que nos trechos da rodovia há quatro aparelhos que efetuam a leitura dos dados e que quando cães abandonados são encontrados nas margens da estrada, os que estão identificados são levados até o tutor e comunicados das penas civis e legais a que estão sujeitos no caso de acidentes de trânsito. Os não identificados são encaminhados para doação nos CCZs.

Um dos beneficiados pelo programa de doações no CCZ de Americana foi o mecânico Ronaldo Basílio, de 34 anos, tutor da cadela da raça dálmata Lara. Após ter sido recolhida, um microchip foi implantado na cadela. “É uma forma de manter os tutores na linha”, disse.

Doações

A assessoria de comunicação da concessionária informou que pretende expandir a iniciativa de doações também para as cidades de Campinas, Jundiaí, Osasco e Nova Odessa. Nesses municípios também será doada a mesma quantidade de microchips que a foi fornecida a Americana. A AutoBAn já planeja criar parcerias com outras empresas privadas para ampliar o número de microchips a serem doados.

O secretário de Sáude de Campinas, José Francisco Kerr Saraiva, elogiou a iniciativa e disse que o município também está disposto a conhecer o projeto da concessionária. “Toda iniciativa que incentive a guarda responsável é bem vinda”, disse.

Microchipagem em Americana é obrigatória

Em Americana, a microchipagem de cães, gatos e equinos é obrigatória, de acordo a Lei Municipal número 4547/2007. A multa para o tutor que não realizar a identificação eletrônica do animal é de R$ 836,77. Para moradores de baixa renda, o processo de implantação é gratuito. Para conhecer um pouco mais sobre o trabalho de castrações e de microchipagem do município, a gerente de programas veterinários da WSPA (Sociedade Mundial de Proteção Animal) no Brasil, Rosângela Ribeiro, foi ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) para constatar como o trabalho é feito no órgão. Em sua avaliação, o CCZ de Americana realiza um trabalho exemplar e possui uma equipe bem treinada. “A área é grande e boa. O gatil é maravilhoso e o canil que será construído também terá o mesmo padrão. A microchipagem tem tido resultado e a população percebido o quanto é importante o registro e a identificação dos animais”, disse. A gerente da instituição afirmou ainda que o exemplo de Americana deve ser seguido por outros municípios do País.

Saiba mais

Microchip é um microcircuito eletrônico com um código exclusivo encapsulado em um biovidro. O equipamento fica inativo a maior parte do tempo. O menor deles, para uso animal, é do tamanho de um grão de arroz, medindo 12×2 milímetros.

Fonte: Correio Popular

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