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Cerol de pipas provoca acidentes fatais com aves

17 de julho de 2010
2 min. de leitura
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No verão, elas reinam nos céus da cidade. Trazem um colorido todo especial às manhãs e tardes ensolaradas e fazem a alegria da criançada. A brincadeira de empinar pipas pode ser sinônimo de diversão durante o verão, mas também traz um grave problema às aves que circulam por locais próximos de áreas verdes da cidade.


O perigo da brincadeira está no cerol utilizado na linha da pipa. A mistura, que utiliza cola e vidro, costuma provocar acidentes quando entra em contato com a pele. Além de casos de pessoas que se machucaram com a linha, alguns animais também vêm sofrendo nesse período. O Mangal das Garças, que abriga centenas de aves no estado do Pará, costuma receber vários animais feridos pela linha encerada.


Durante o ano, cerca de 25 animais chegam machucados ao local. Deste total, apenas 10% sobrevivem. Somente este mês, dez animais foram levados ao Mangal machucados por causa do cerol. Nenhum deles sobreviveu. Em julho costuma ocorrer a maior incidência dos acidentes por conta do aumento da utilização das pipas e de uma migração das aves, que chegam procurando áreas para reprodução. “O impacto da linha nas aves traz danos profundos. Ou o animal morre ou fica limitado. Muitas vezes, está condenado ao cativeiro”, lamenta Áurea Linhares, veterinária do Mangal das Garças.


As linhas das pipas são fatais para as aves (Foto: Wagner Almeida)


No caso de animais de pequeno porte, como bem-te-vi e sabiá, dificilmente há chance de sobrevivência. “Geralmente eles morrem na hora pela força do impacto”, diz. No caso das garças, a maioria dos ferimentos acontece nas asas, trazendo perda de 30% a 50% do membro do animal. Nestes casos, a garça nunca mais poderá voar. “Como não temos uma lei que proíba o uso de cerol, temos que alertar para os riscos e responsabilidades”, diz.


Dependentes


Dois animais vivem nesta situação (de não poder voar) no Mangal. Com perda de parte da asa, as garças precisam ser alimentadas individualmente, pois não conseguem buscar seu próprio alimento.


“O animal não consegue competir por território e abrigo e fica limitado até para reprodução”, afirma a veterinária. Os animais mutilados ficam cerca de dois meses em tratamento e depois passam por uma fase de adaptação.


Ajuda


Quem estiver no Pará e encontrar um animal machucado em decorrência da linha com cerol, deve levá-lo até o setor de fauna do Ibama, na av. Conselheiro Furtado, 1303, entre as avenidas Benjamin Constant e Rui Barbosa. O telefone é (91) 3210-4775.


Fonte: Diário do Pará


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