Por Raquel Soldera (da Redação)
Acaba de ser inaugurada em Londres, na Inglaterra, uma exposição fotográfica com fotografias tiradas por fotógrafos dominicanos, que mostra algumas das espécies ameaçadas de extinção de La Española, situada no arquipélago das Antilhas, também conhecida como Ilha de São Domingos.
De acordo com reportagem do jornal EFE Verde, o desmatamento, a proliferação de espécies invasoras e a poluição são alguns dos elementos que José Núñez-Miño, da Fundação Durrell para a Conservação das Espécies Selvagens, aponta como causas que dizimaram as espécies de mamíferos da ilha desde a chegada do homem.
As hutias, roedores herbívoros que fazem ninhos em árvores, e os solenodontes, um mamífero insetívoro que chegou a viver com os dinossauros, são dois dos mamíferos que sobrevivem em La Española, mas estão em perigo de extinção.
“O problema na proteção destas espécies é que sabemos muito pouco sobre elas. Não sabemos por que elas sobreviveram, enquanto outras morreram, nem o número de animais que compõem as colônias que sobrevivem até hoje”, José Núñez-Miño.
A ilha La Española, que politicamente está dividida entre a República Dominicana, que ocupa a maior parte da ilha, e o Haiti, que ocupa um terço da ilha, sofreu durante décadas de atividade agrícola das populações locais, que desmataram áreas florestais para obter terras dedicadas à monocultura, que acaba por esgotar os nutrientes do solo.
A poluição é outro fator que prejudica o ecossistema em que as espécies tentam sobreviver à ameaça de novos predadores, como gatos, cães ou guaxinins.
“Somos realistas. Sabemos que as pessoas em uma área com tanta pobreza no mundo como esta, vivem da agricultura. Mas devem haver áreas reservadas para a natureza. Devemos encontrar um equilíbrio”, afirmou José Núñez-Miño.
Paralelamente à exposição, que estará aberta até 26 de agosto na Galeria Apothecary, será realizada uma série de conferências sobre o futuro das espécies sobreviventes nas ilhas do Caribe, procurando conscientizar as pessoas sobre a necessidade de saber mais sobre esses animais para desenvolver planos que os salvem da extinção.
