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O economista Cesar Maia suscita a questão da defesa dos animais em artigo

7 de julho de 2010
2 min. de leitura
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Cesar Maia
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Anima-Animais
As grandes civilizações do mundo antigo davam ao animal um status humano. Para os Maias, as pessoas nasciam com um animal gêmeo em sua alma. Os egípcios adoravam os gatos. Os hindus as vacas. A sociedade humana muda de qualidade com a domesticação de animais.  O carneiro e a pomba simbolizam a paz. O calendário chinês usa os nomes de animais para representar cada ano. Os cavalos eram homenageados pelos imperadores mongóis e romanos. E assim foi até o século 19. Os índios norteamericanos davam às pessoas, e especialmente aos filhos das pessoas mais importantes, depois seus líderes, nomes de animais: Touro Sentado, Cavalo Louco, Pequeno Corvo, Águia Branca… Os pombos funcionaram como correios à distancia.

A identificação com os animais só perde força na sociedade industrial e no auge do consumismo. Mas nos últimos anos, essa interação e sinergia voltaram por razões científicas seja pela importância dos animais em relação à educação infantil, à reabilitação de portadores de deficiência, ao acompanhamento desses e de idosos… Com isso, o movimento de defesa dos animais ganhou um sentido diferente. Já não se trata de uma relação sentimental, mas de reconhecimento de suas funções interativas com as pessoas. Os pesquisadores e tratadores, em função da intimidade que desenvolveram com os animais com os quais se relacionam, foram identificando ações e reações inteligentes. O documentário ‘The Cove’, vencedor do Oscar de 2010, mostra exatamente isso em relação aos golfinhos.

Hoje, o movimento de defesa e promoção dos animais ganhou um status que o coloca ao par com a defesa do meio ambiente. Talvez nem os ambientalistas ainda se deram conta disso. Mas se falam em biodiversidade e de eco-equilibrio, nada disso faz sentido sem que o mundo da fauna esteja incluído e compreendido na sua especificidade ativa, ao contrário do mundo vegetal, com sua característica passiva, mesmo que interativa. Dessa forma, cabe aos candidatos e governos oferecer com transparência, em seus programas e compromissos, suas políticas de defesa e promoção dos animais. Isso vai distinguir os que já entraram na pós-modernidade, dos que ainda pensam como no mundo industrial de grande parte do século 20.

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