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São Paulo enfrenta superlotação em abrigos para cães

4 de julho de 2010
2 min. de leitura
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Não cabe nem mais uma pulga. Por São Paulo afora, na capital e nas cidades do interior, os abrigos de prefeituras e ONGs para cães abandonados estão abarrotados. O problema é antigo e piora na medida em que a sociedade trata os animais com descaso e os descarta como objetos indesejáveis.

Como resultado desse panoramo triste de indiferença e crueldade, as entidades de defesa animal passaram resgatar muito mais cães abandonados, atropelados e maltratados.

Cão no telhado

A Associação Protetora dos Animais de Sorocaba, por exemplo, que nunca abrigou mais de 80 cães e gatos, hoje cuida de 210.

Na zona sul de São Paulo, o Quintal de São Francisco está prestes a fechar as portas porque o dinheiro doado não acompanhou o crescimento dos cachorros e as dívidas ficaram insustentáveis.

Na ONG Ajudanimal, de Ribeirão Pires, é mais comum ver cães nos telhados do que dentro das casinhas de madeira. Só assim podem respirar um pouco de ar fresco, um andar acima da aglomeração de patas e focinhos.

A entidade tem capacidade para cem cachorros, mas abriga o dobro. “Os animais estão estressados e brigam por qualquer coisinha”, explica a diretora Maria Cecília Bentini, por telefone, com incansáveis latidos ao fundo.

Lei descumprida

A superpopulação de animais é agravada porque as prefeituras, na avalição das ONGs, não estão cumprindo integralmente a lei de 2008.

Olharam apenas o artigo que bane o sacrifício de cães de rua e ignoraram os determina castrações em massa (para evitar a reprodução dos animais de rua), campanhas educativas (para evitar que famílias os abandonem) e feiras de adoção (para esvaziar os canis municipais).

“É claro que parar de matar foi um avanço. Mas, se a reprodução, os abandonos e os canis abarrotados continuam, a população mantém o crescimento e vira uma coisa insana”, diz Beatriz Schuler, presidente do Instituto Vidadigna, de Bauru.

Para Vanice Orlandi, presidente da Uipa (União Internacional Protetora dos Animais), as prefeituras “têm um profundo descaso pela vida do animal”: “É aquela visão ultrapassada de que eles não passam de receptáculos de doenças”.

Com informações da Folha de São Paulo

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