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Dicas sobre como cuidar dos animais domésticos em viagens

4 de julho de 2010
6 min. de leitura
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Se você vai viajar e quer levar seu cãozinho junto, conheça alguns cuidados a considerar.

De avião

As viagens de avião são as que exigem mais planejamento. A primeira coisa é se informar com a companhia aérea sobre os procedimentos internos a serem adotados. Algumas permitem que animais pequenos, que não ultrapassem um determinado peso, viagem com o dono, debaixo da poltrona. Em outros casos, é cobrada uma taxa correspondente ao peso do animal e ele vai alojado num compartimento especial na aeronave. Como a maioria das companhias permitem número limitado de animais nos voos, informe a empresa com antecedência que pretende levar um animal com você.

Via de regra, gatos e cachorros devem viajar num contêiner próprio para o transporte de animais. Não existem regras quanto ao tamanho, mas, de acordo com João Paulo Alarcão, o ideal é que o animal consiga ficar em pé e dar uma volta completa em torno de si mesmo. “Não pode ser tão pequena que ele não consiga se mexer nem muito grande que ele possa ficar muito agitado”, explica o veterinário.

Com relação aos sedativos, que algumas companhias aéreas até recomendam, melhor deixar para lá. “Pode ser perigoso sem um veterinário por perto acompanhando a reação do animal ao medicamento. Se ele passar mal dentro do avião a empresa não se responsabiliza. Numa viagem curta, ele vai tranquilo sem sedação”, salienta o veterinário Fábio Langsch. Cuidar da alimentação também é importante. “Para uma viagem de até quatro horas de duração eu recomendo um jejum de três ou quatro horas antes. Isso evita que o animal fique nauseado.”

Para as viagens dentro do Brasil, é preciso apresentar no check-in um atestado da saúde do animal, emitido por um médico veterinário até 10 dias antes da viagem, e a carteirinha de vacinação comprovando que ele foi imunizado contra a raiva. Já para as viagens internacionais, o tutor precisa do Certificado Zoossanitário Internacional. O documento pode ser obtido no próprio aeroporto junto ao Serviço de Vigilância Agropecuária (SVA) até 10 dias antes da viagem para gatos, e cinco para cães. Além disso, cada país tem exigências específicas para receber animais. No caso do Japão e de países da União Europeia, por exemplo, é obrigatória a instalação de um microchip no animal contendo dados pessoais e da saúde do animal. No site do Ministério da Agricultura, é possível se informar sobre as especificidades de cada região.

De ônibus

As regras para o transporte de animais em ônibus intermunicipais e interestaduais ficam a critério de cada empresa. Algumas só permitem que o animal viaje no bagageiro, mas autorizam a abertura do compartimento nas paradas para verificar o estado do bichinho. Outras autorizam que os animais pequenos viajem debaixo da poltrona desde que todos os passageiros concordem com a presença do animal, com a exceção dos cães-guias, que não enfrentam nenhum tipo de restrição. Também é necessário atestado de saúde e comprovação de imunização contra raiva.

De carro

Leve todos os documentos exigidos para as outras viagens, pois em caso de blitz o animal pode ficar retido até que se comprove a saúde e a vacinação contra raiva. Para garantir o bem-estar dele no caminho, mantenha a rotina de refeições, água e passeios nos mesmos horários. “Se ele come duas vezes ao dia, dê a ração nos horários de costume. E no caso de a viagem ser um pouco mais longa, é bom fazer paradas para que o animal faça as necessidades fisiológicas”, alerta Fábio Langsch.

Se o seu bichinho tem histórico de náuseas em viagens de carro, converse com o veterinário sobre a necessidade do uso de alguma medicação. “Se for a primeira viagem, o ideal é não dar nenhum tipo de remédio e observar o comportamento”, ensina o veterinário.

Cachorrinho Fred, quando sua tutora viaja ele fica em uma "colônia de férias" (Foto: Gustavo Moreno/CB/DApress)


Mas se você vai viajar, e por algum motivo não pode levar seu companheiro peludo junto, existem possibilidades confortáveis e seguras para que ele fique bem.

No hotel

Existem na cidade diversas opções de hotéis especializados em cuidar de cães e gatos. As diárias podem variar de R$ 10 a R$ 40, a depender do tamanho do animal e da alimentação, que pode ser levada pelo tutor ou fornecida pelo estabelecimento. Na hora de escolher a acomodação do bicho, os veterinários recomendam alguns cuidados. É importante olhar as condições de higiene do lugar, o tamanho do compartimento em que eles ficam alojados, quantos passeios por dia e se há um local ao ar livre em que os animais possam ficar quando não estão presos. Oriente os cuidadores sobre os horários das refeições e a quantidade de comida a que o animal está acostumado.

Além disso, o ideal é que você leve a ração dele e alguns pertences que vão amenizar a saudade de casa, como a cama, o cobertor ou os brinquedos preferidos. É isso o que vai na mala de Fred, um simpático cocker de 14 anos, quando a “mãe”, a administradora Ângela Hreisemnou, precisa viajar e deixá-lo num hotel. Como isso ocorre com frequência – às vezes, até três vezes por mês – Fred já está mais do que habituado. “A gente aprendeu a entender o que ele diz. Quando um hotelzinho é ruim, ele mesmo denuncia na volta para casa. Chora, fica cabisbaixo, carente”, diz a mãe-coruja.

Como Fred já passou por experiências traumatizantes com estabelecimentos ruins, Ângela aprendeu a se cercar de cuidados. “Já descobri que ele ficou trancado três dias numa gaiola no subsolo e uma vez ele precisou fazer tratamento para as cordas vocais de tanto chorar”, conta.

Por sorte, Fred encontrou sua hospedagem ideal, num hotel com área aberta e direito à programação com brincadeiras durante o dia. Quase uma colônia de férias.

Geralmente, os hotéis exigem que o bicho esteja com as vacinas em dia e prevenido contra carrapatos, já que vai estar em constante contato com outros animais. Por isso, antes de hospedá-lo, leve-o ao veterinário e explique a situação. A atenção deve ser redobrada no momento de buscá-lo. “É bom olhar se o animal está machucado, se tem pulga ou carrapato e se está abatido, com sinais de alguma doença”, orienta o médico veterinário João Paulo Alarcão. “Todo estabelecimento assim deve ter um veterinário responsável, ele tem obrigação de cuidar bem do animal”, completa.

Em casa

Deixar o animal em casa, além de sair mais barato, por ser uma solução mais confortável, explica Alarcão. “Em casa, ele estranha menos o ambiente, fica mais calmo, é melhor até do que deixar num hotelzinho”, diz. No entanto, confie os cuidados a pessoas de confiança, de preferência com as quais o animal também já seja familiarizado. Isso porque os horários de alimentação e mesmo de passeio devem ser mantidos. Além disso, o fato de os tutores serem substituídos por um rosto familiar ameniza o risco de depressão, maior em gatos.

O veterinário Fábio Lagsch alerta que essa confiança é importante principalmente para os felinos, que são mais sensíveis. “Alguns só comem o que recebem de pessoas nas quais eles confiam. Dependendo de quantos dias ele fica sem comer, começa a digerir os próprios órgãos e morre. E isso pode acontecer em hotéis também”, alerta.

Fonte: Correio Braziliense

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