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Traficantes de orangotangos são presos pela primeira vez na Indonésia

24 de junho de 2010
2 min. de leitura
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Por Raquel Soldera (da Redação)

A Indonésia fechou o cerco contra os traficantes de espécies protegidas, que foram presos pela primeira vez na ilha de Bornéu. Três traficantes foram presos e um filhote de orangotango foi resgatado.

Foto: EFE Verde

“Este foi um caso muito importante, e conseguimos um resultado surpreendente”, disse o diretor-geral da Proteção de Florestas e Conservação da Natureza da Indonésia, Darori, que, como muitos indonésios, tem somente um único nome.

“Eu espero que isso sirva como um aviso para os outros (traficantes), porque não vamos tolerar o comércio de espécies protegidas na Indonésia”, acrescentou.

O orangotango resgatado, da espécie Borneo (Pongo pygmaeus), parecem estar bem e tem cerca de um ano e meio, disse Karmele Llanos, a espanhola responsável pelo centro de reabilitação de animais de Ketapang.

“Vamos ficar com ele, pelo menos, três anos. Primeiro, porque é uma prova no processo contra os traficantes e, em segundo, porque é pequeno e ainda não pode cuidar de si mesmo”, disse a bióloga, chefe da ONG Resgate de Animal Internacional.

“Estou otimista quanto ao seu futuro, mas sei que estamos diante de um processo longo e difícil”, acrescentou.

Segundo os especialistas, é comum que os traficantes prefiram vender orangotangos jovens, porque são mais dóceis do que os adultos, embora, na maioria dos casos, isso signifique matar a mãe antes de tirar-lhe a cria.

Nos últimos dois anos, foram feitas mais de vinte detenções pela polícia indonésia, relacionadas com o comércio de espécies ameaçadas, a maioria de pangolins e tigres de Sumatra, ou de suas partes, mas nenhuma relacionada com a venda de orangotangos.

Neste sentido, o diretor da WCS na Indonésia, Noviar Andayani, salientou que o comércio de animais silvestres é uma ameaça “enorme” para o país, mas pode ser combatida com “o compromisso do Governo”.

A ONG ProFauna, especializada no combate ao tráfico de animais, disse em um relatório publicado no início deste ano que “o comércio de espécies protegidas na Indonésia ainda é alto”.

Os animais protegidos que mais são negociados no mercado negro, vivos ou vendidos em partes, são os orangotangos, tigres, ursos, pangolins, cobras, rinocerontes, elefantes, tubarões e tartarugas marinhas.

Alguns deles ficam na Indonésia, como itens de luxo de colecionadores e proprietários de pequenos zoológicos particulares, mas a maioria é exportada para países vizinhos como a Malásia, Cingapura e Filipinas.

“O comércio de animais silvestres é um problema global que está afetando a vida selvagem em todo o mundo. Ações como esta detenção são extremamente importantes”, disse Colin Poole, diretor do programa asiático da WCS.

Estima-se que atualmente existam menos de 45 mil orangotangos de Borneo e que cerca de apenas 7.000 da espécie de Sumatra (Pongo abelii), devido ao desmatamento e aos caçadores na Indonésia.

Com informações de EFE Verde

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