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Mais de cinco toneladas de corpos de animais selvagens chegam à Europa toda semana

20 de junho de 2010
2 min. de leitura
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Por Raquel Soldera (da Redação)

Toda semana chega à Europa, através de um de seus aeroportos, mais de cinco toneladas de carne de animais selvagens, como primatas e crocodilos, escondidos em malas de passageiros que comercializam esta mercadoria, conforme publicado na revista Conservation Letters.


Imagem: AnimaNaturalis


Pesquisadores da Sociedade Zoológica de Londres e do Museu de História Natural de Toulouse, na França, trabalharam em cooperação com os agentes aduaneiros do aeroporto francês Charles de Gaulle e identificaram onze espécies de animais selvagens correspondentes à carne apreendida nas bagagens.

O resultado deste trabalho é um relatório com dados de 134 passageiros em 29 voos ao longo de um período de 17 dias, que quantifica pela primeira vez o comércio de carne de animais selvagens passando por aeroportos europeus.

A maior apreensão feita neste período foram 51 quilos de carne de uma espécie ainda não identificada, transportados por um passageiro que levava uma única bagagem.


Foto: Jungle Island/AP/G1


A pesquisadora Anne-Lise Chabar, da Sociedade Zoológica de Londres, disse que com os resultados pode-se concluir que, “a cada ano, 270 toneladas de carne de animais selvagens passam, sem obstáculos, através de um aeroporto europeu”.

República Centro-africana, Camarões e República do Congo foram identificados como os principais locais de origem da carne.

Os investigadores contataram três traficantes de carne de animal selvagem em Paris, para concluir que, além das vendas de rua, eles também aceitam pedidos de clientes.

Marcus Rowcliffe, outro autor da pesquisa, disse que este comércio de “luxo” é “um negócio muito lucrativo”, já que quatro quilos de carne de macaco custa 100 euros na França, enquanto podem ser comprados por 5 euros em Camarões.


Macaco morto por caçadores (Foto: Mongabay.com)


“Importar carne de animais selvagens é relativamente fácil, porque os agentes aduaneiros não recebem incentivos para descobrir a mercadoria escondida, em contraste com os ‘extras’ que recebem quando encontram uma remessa de drogas”, disse Rowcliffe, para quem as multas por este tipo de comércio ainda são “muito baixas”.

Cerca de 39% da carne apreendida é de animais ameaçados de extinção, o que dá uma ideia do impacto deste comércio nas espécies que devem ser protegidas.

Com este estudo, feito em um único aeroporto, os pesquisadores esperam ampliar a pesquisa para uma área geográfica maior, para calcular o volume real do comércio de carne de animais selvagens na Europa.

Com informações de AnimaNaturalis

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