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Crise econômica e campanhas de proteção atingem a indústria de pele animal

17 de junho de 2010
3 min. de leitura
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Por Lilian Regato Garrafa  (da Redação)
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“Há uma queda nas vendas em todas as áreas, principalmente em um ramo que não oferece um artigo de primeira necessidade, mas de luxo”, diz o vendedor de uma loja de peles na cidade. Acontece que hoje o negócio de peles em Mendoza enfrenta não só a recessão econômica, mas também as campanhas das organizações de proteção animal.
Protesto realizado pela organização AnimaNaturalis contar indústria de peles
Protesto realizado pela organização AnimaNaturalis contra a indústria de peles. (Foto: Reprodução / Diario Los Andes)

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“Tudo depende da mentalidade do cliente”. Aparentemente, os clientes que compram este tipo de peça com assiduidade não são atingidos pelos recentes anúncios da mídia, ou não mudaram a sua intenção de comprá-los. Mas aqueles que são novos no ramo demonstram alguma preocupação. “Reconheço que alguns vêm com receio ou pesquisam mais sobre a origem dos materiais”, disse Olga da Luxor Pieles.

Embora as peles estejam inacreditavelmente na moda, essas lojas há muito tempo vêm sofrendo os altos e baixos da economia nacional. Nos dias atuais, vendem poucos casacos e se dedicam principalmente a fazer “reformas”: arranjos, adaptações ou transformações de itens.

Turistas chilenos, que até pouco tempo não iam embora da localidade sem antes passar por uma loja de peles, suprimiram este ato de suas viagens. “Estamos em um momento muito crítico, reduziu enormemente a demanda de clientes que vieram do Chile”, disse a vendedora da Luxor.

A este cenário, juntaram-se campanhas de sensibilização a sugerirem que as pessoas não comprem peles de animais silvestres ou confinados em criadouros. “Aqui está o resto do seu casaco de pele”, diz o polêmico e absolutamente verdadeiro outdoor feito pela organização AnimaNaturalis. Ele exibe a atriz Marcela Kloosterboer com uma raposa assassinada e sangrando em seus braços.

Marcela Kloosterboer protagonizou uma campanha contra o uso de peles.

A Fundação Cullunche de Mendoza não quis ficar de fora desta luta e há poucos dias lançou sua própria campanha, protagonizada por Gisela Campos. “As pessoas sabem perfeitamente que se deve matar para fazer casacos de peles. Tanto os animais silvestres quanto os de criação são mortos por eletrocussão, por gás ou simplesmente com uma paulada na cabeça”, enfatizou Jennifer Ibarra.

“Não é bem assim. A venda de peles de animais silvestres é proibida porque a caça é proibida”, minimizou Viviana Lazzaro, que também oferece abrigos feitos de materiais sintéticos. Segundo os entrevistados, a maior procura é por peles de coelho e coelho italiano.

“Nossa clientela de anos não apresentou mudanças no seu consumo ou perguntas sobre nossos métodos de trabalho. Inclusive temos alguns clientes chilenos, com alto poder aquisitivo, que continuam a adquirir nossos produtos”, afirma a fabricante de peles Caneva, que está há 50 anos no ramo.

“Há outros problemas ecológicos muito mais graves a serem resolvidos. Para mim, é preocupante o que está acontecendo com a educação em nosso país”, esquivou-se a vendedora. Para as mulheres, as quedas nas vendas se devem mais aos interesses econômicos e de segurança, que faz com que as pessoas tenham medo de andar nas ruas com esses casacos por medo de roubo.

Não é possível mais tolerar esse tipo de indecência na moda. Exibir restos de um animal morto e considerar-se elegante é o mais asqueroso ato antiético que alguém pode adotar para adornar-se. É inadmissível submeter animais a tortura seguida de morte em nome de uma indústra fútil, gananciosa e cruel.

Com informações de Diario Los Andes

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