EnglishEspañolPortuguês

Perigosa para a saúde dos animais, vuvuzela pode lhes criar pânico e terror

16 de junho de 2010
3 min. de leitura
A-
A+

Germanowoehl
[email protected]

A vuvuzela é uma corneta de cerca de um metro de comprimento, usualmente usada por torcedores em jogos de futebol na África do Sul. A origem do nome é controversa. Pode provir da palavra Zulu para “fazer barulho”, a partir da “vuvu” – som que faz -, ou de gírias locais relacionadas à palavra para “chuveiro.” As vuvuzelas ganharam forte exposição na mídia devido à Copa do Mundo 2010 realizada na África do Sul.

Alvo de controvérsia, o instrumento pode causar danos auditivos graves e permanentes, além de ser um disseminador de doenças (a gripe em particular, assim como qualquer outro germe) substancialmente mais perigoso do que tossir ou falar. É também perigosa para animais, visto que, geralmente, a audição deles é mais sensível, podendo criar situações de pânico e terror, além de danos mais sérios em comparação com humanos.

A corneta  tornou-se popular na África do Sul na década de 1990. Em 2001, a empresa sul-africana Masincedane Sport começou a produzir em massa uma versão de plástico. Requerem um sopro forte, de modo a emitir um ruído semelhante ao de uma sirene ou ao de um elefante. A utilização da vuvuzela é característica dos jogos entre grandes equipes de futebol sul-africano como o Kaizer Chiefs e o Orlando Pirates. As vuvuzelas da torcida dos Chiefs são amarelas e vermelhas, enquanto as da torcida dos Pirates são magenta cor de tijolo.

Conhecida mundialmente durante os apuramentos para a Taça das Confederações de 2009 e para o Mundial de 2010, a FIFA procurou banir o uso da vuvuzela durante o Mundial de 2010 devido à preocupação do seu uso como arma e de que fosse utilizada como método de publicidade (autocolantes publicitários, por exemplo), porém, a SAFA (South African Football Association) defendeu o instrumento como uma parte essencial do futebol na África do Sul e a FIFA decidiu permitir a sua utilização desde que não excedam 1 metro de comprimento.

Comentadores de jogo, jogadores, treinadores, expectadores dos estádios e da televisão ou do rádio têm-se oposto ao seu uso, devido ao som ininterrupto e extremamente alto, causando irritação entre os ouvintes e dificultando gravemente a comunicação entre jogadores e treinadores em campo. Para as audiências fora do estádio, o som torna-se desgastante mentalmente, podendo atingir um ambiente quase hipnótico induzindo cansaço e/ou irritação. Porém é uma manifestação cultural não somente da África do Sul, o que torna a questão extremamente delicada. O texto abaixo explana também sobre o assunto.

Torcedor não tem mais voz!
Tutty Vasques
http://blogs.estadao.com.br/tutty/torcedor-nao-tem-mais-voz/

O pior das vuvuzelas nem é o som que elas produzem. É o que elas não te deixam ouvir: o grito, o batuque, o canto das torcidas. Pela primeira vez numa Copa do Mundo as arquibancadas não têm voz. Não se distingue, pelo som, um sotaque do outro, vaias de aplausos, palavrão de saudação, a língua inglesa do dialeto zulu. O vuvuzelaço nos estádios não permite identificar sequer para quem torce quem assopra. O zumbido atravessa, monocórdio, os 90 minutos de jogo.

Já há quem diga que o melhor da Copa até agora, afora o Messi e a Alemanha, foram os momentos de execução dos hinos nacionais – quando, milagrosamente, calam-se as vuvuzelas. Com a bola rolando, não é possível ouvir o baque da bola na veia, os ritmos africanos, a vibração da galera, o apito do juiz, o grito de gol… A sonoplastia do futebol não é mais aquela.

Ruim para quem assiste, pior para quem joga: o técnico não se faz ouvir em campo, a barreira não escuta a armação do goleiro, o zagueiro não entende a advertência do juiz. Futebol virou conversa de surdos. Para quem está em casa, resta sempre a opção de dar um mute na TV para tirar o som das vuvuzelas, mas não há recurso eletrônico que recupere o que elas não te deixam ouvir. Pela proibição, já!

Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade
Jaraguá do Sul – SC
http://www.ra-bugio.org.br/

Você viu?

Ir para o topo