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Bióloga recomenda que se matem pássaros cobertos por petróleo

11 de junho de 2010
2 min. de leitura
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Por Paula Rothman

O dano causado aos animais quando eles ficam encharcados no petróleo é tão grande que alguns ambientalistas dizem: seria mais “humano” sacrificá-los.

Quando li essa matéria no Discovery fiquei bem chocada: parece completamente desumano não tentar salvar uma criatura agonizante.

Mas “matar, não limpar” é a recomendação de uma respeitada bióloga marinha alemã.  Em entrevista ao jornal Der Spiegel, Silvia Gaus, diz que uma série de estudos prova que a taxa de sobrevivência e médio prazo dos pássaros que foram limpos do óleo é menos de 1%.

Além do estresse, os produtos usados para remover o óleo muitas vezes acabam sendo tão prejudiciais quanto o mesmo, e os animais acabam morrendo de problemas no fígado ou rins. Eu não sabia, mas para evitar o envenenamento pelo petróleo, os animais ingerem soluções de carvão – e isso não é desleixo dos ambientalistas: é a única forma de evitar que morram imediatamente.

Foto: Reprodução/Planeta Verde

Um dos exemplos citados é o derramamento de Exxon Valdez, em 1989. Cerca de 1.600 pássaros foram capturados, tiveram óleo removido e foram reintroduzidos na natureza. O custo dessa operação foi de US$32 mil por animal (incrível quanto dinheiro se pode gastar consertando um erro né?).

Unindo os números dos esforços, financeiros e pessoais, chega-se à conclusão de que todo o trabalho que dá para limpar um animal que irá provavelmente morrer seria mais bem empregado em outra coisa…

Enfim, por mais que a lógica aponte para isso, simplesmente não consigo concordar que “não fazer nada” seja melhor do que “tentar fazer alguma coisa”. Entendo que o dinheiro poderia ser usado para outras causas, talvez com mais resultados, mas… esse 1% de sobrevivência não sai da minha cabeça.

1% ainda é uma chance… não?

E, no fundo, será que não tem algo único do ser humano em desafiar a lógica e os números?

Fonte: Planeta Verde

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