EnglishEspañolPortuguês

Costume de fumar cérebro de abutre para prever jogos ameaça espécie

8 de junho de 2010
2 min. de leitura
A-
A+

Entidades de proteção de animais na África do Sul estão dizendo que uma espécie de abutre tradicional da região, o abutre do Cabo, está ameaçada de extinção devido à crença local de que fumar o cérebro da ave ajuda a prever o resultado de jogos de futebol.

A tradição tem suas raízes nas culturas de várias etnias sul-africanas. Acredita-se que o animal tem a capacidade de prever o futuro e que, fumando ou ingerindo seu cérebro, seja possível adquirir esse poder. O suposto conhecimento adquirido é então usado para se fazer apostas em resultados de eventos esportivos.

Especialistas acreditam que a excelente visão da ave, que tem a capacidade de localizar alimentos em vastas áreas, talvez tenha contribuído para a crença de que o pássaro tenha poderes especiais.

Embora não haja qualquer evidência científica para sustentar essa crença, Andre Botha, da entidade sul-africana de proteção a espécies ameaçadas, Endangered Wildlife Trust, disse que é difícil convencer as pessoas disso.

“Pense nos comerciantes que vendem esses abutres. Se a crença fosse verdadeira, todos seriam poderosos e milionários. Mas é muito fácil perceber isso quando olhamos da nossa perspectiva. Quando se trata de uma crença arraigada em uma cultura por centenas ou milhares de anos, é muito difícil questioná-la”, disse o especialista.

Com a aproximação da Copa do Mundo, ambientalistas temem que apostas nos resultados dos jogos levem a um boom na venda de cérebros de abutres.

Botha disse que o abutre do Cabo está particularmente ameaçado e, se continuar a ser morto no ritmo atual, pode desaparecer dentro de 15 a 30 anos.

Fonte: O Globo

Nota da Redação: A discussão sobre a veracidade ou não da situação não a torna mais ou menos cruel. Não seria porque fumar cérebro de abutre faz com que se adivinhe isso ou aquilo, ainda que fosse cientificamente comprovado, que assassinar um animal para entretenimento passaria a ser válido. Seria mais sábio e ético que se respeitasse qualquer ser da existência independentemente de suas “funções”.

Você viu?

Ir para o topo