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Animais considerados feios recebem menos atenção dos cientistas

6 de junho de 2010
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Um estudo da Universidade de Pretória descobriu que os animais mais próximos do homem, como o chimpanzé, e mais bonitos, como o leopardo, são mais estudados e alvo de conservação do que os considerados feios, como o peixe-bolha e o glutão. Uma atitude que, admitem os peritos, pode desequilibrar os habitats e causar a extinção dos animais tidos como menos interessantes.

Manatim (Foto: Reprodução/DN)

Traduzindo em números, aos chimpanzés foram, desde 1994, dedicados 1855 estudos; já o manatim foi estudado apenas 14 vezes. “Os problemas ambientais atingem todos os animais.  A diferença vem quando os grupos de conservação da natureza precisam pedir dinheiro às pessoas para salvar as espécies”, explicou o norte-americano Nathan Yaussy, mentor do blog Endangered Ugly Things.

Os dados acerca dos estudos feitos em espécies de animais mostram que o suricata, o leopardo e o chimpanzé estão no topo da lista. “Existe um grande preconceito entre os investigadores, que preferem os animais tidos como mais bonitos e mais interessantes”, diz o estudo. O suricata, por exemplo, foi mencionado em mais de cem publicações desde 1994, enquanto espécies como o manatim só recebem 14 estudos e outras são mesmo ignoradas, como o glutão ou o peixe-bolha.

O resultado desta negligência pode ser o desequilíbrio de todo um habitat. É por isso que já se começa a inventar estratégias para contornar esta tendência, como fez a Liga de Proteção da Natureza (LPN) ao convidar as pessoas a proteger esses habitats. “As pessoas associam-se mais ao animal do que ao habitat, exceto quando se fala em recifes de coral ou na Amazônia”, explica Alexandra Cunha, presidente da LPN.

Por isso, para proteger animais menos carismáticos, foi preciso alargar o âmbito da iniciativa e escolher uma “espécie-chapéu” para ajudar: “Para chamarmos a atenção sobre algas em perigo no Sado decidimos sugerir às pessoas que adotassem o habitat, neste caso uma pradaria-marinha. Usamos um cavalo-marinho como ‘espécie-chapéu’ e assim protegemos as algas, que, só por elas, não conseguiriam apoio”, revela.

Fonte: DN

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