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Fotógrafo de cetáceos reclama do impacto ambiental causado por observadores irresponsáveis

27 de maio de 2010
3 min. de leitura
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O Espaço Talassa, em Portugal, como primeira empresa de observação de cetáceos, colabora também com diversos projetos envolvendo cetáceos, a conservação e a educação ambiental. Fundada em 1989 pelo francês Serge Viallelle, esta empresa já comemorou vinte anos de atividade nos Açores e registou quatro espécies de cetáceos, nunca antes avistadas em mares açorianos. A foto/identificação de cachalotes é um dos projetos que o Espaço Talassa tem juntamente com a Universidade de Saint Andrews, disponível aqui, aproveitando o fato de mais de duas dezenas de profissionais da fotografia, vindos de toda a parte do mundo, se deslocarem às Lajes do Pico para obter os melhores momentos no que toca à observação destes mamíferos marinhos.

foto de um cetáceo em seu habitat: pedro madrugafoto de um cetaceo em seu habitat

A fotografia de cetáceos é a paixão de Pedro Madruga, que por agora não colabora com nenhuma empresa, revista ou publicação científica mas já viu uma foto sua ser capa da revista britânica Natura 2000, isto apesar de considerar que o mercado da fotografia está um bocado saturado.

As suas melhores fotos estão disponíveis na net, no site www.flickr.com/pedromadruga, que tem vindo a desenvolver nos últimos anos de forma a “poder partilhar com o mundo o que eu vejo”, tendo mesmo recebido pessoas vindas diretamente da Irlanda “para irem exclusivamente comigo” para aquele que considera ser o seu escritório: “o mar”.

A publicação das suas fotos”em homenagem a todos os cetáceos do sul do Pico” com fotos que ilustram comportamentos “que não vêm escritos nos livros” é algo que Pedro afirma não estar posto de parte. Questionado sobre se a observação de cetáceos nos Açores é responsável e amiga das baleias, Pedro Madruga, ligado a esta atividade há oito anos, afirma que o “negócio está a entrar em descontrole”, relatando situações com barcos pirata sem licenças de observação, cerco de 12 embarcações a cachalotes, natação com golfinhos com 10 a 12 pessoas simultaneamente na água ao contrário do que diz a lei, natação com baleias algo proibido por lei nos Açores.

Para Pedro Madruga, a riqueza dos mares açorianos é única devendo por esse motivo privilegiar-se sempre a qualidade e não a quantidade na observação, afirmando-se contra a observação em massa de cetáceos apontando como exemplo o facto de existirem embarcações nos Açores com capacidade para 80 pessoas e mil cavalos de potência quando o cachalote, à semelhança de todas as outras baleias e golfinhos, ser extremamente sensível ao barulho.

Para o fotógrafo, a formação de skippers é uma das soluções apontadas para a falta de sensibilidade existente e possível através do curso de operador marítimo turístico, disponibilizado pelo Departamento de Oceanografia, na ilha do Faial, com a duração de um ano e meio.

Fonte: Expresso das Nove

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