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Grupo pede "direitos humanos" a baleias e golfinhos

23 de maio de 2010
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Baleias e golfinhos deveriam ter “direitos humanos” à vida e à liberdade por causa das evidências cada vez maiores de inteligência, afirmou neste domingo um grupo de ambientalistas e especialistas em filosofia, direito e ética.

Japão, Noruega e Islândia se opõem ao argumento, que impediria a caça ou mesmo a manutenção dos animais em parques marinhos. Os países afirmam que não há provas de que as baleias e os golfinhos sejam mais inteligentes que vacas ou porcos, por exemplo.

Segundo participantes de uma conferência na Universidade de Helsinque, os mamíferos marinhos gigantes têm consciência similar à humana, capacidade de comunicação e sociedades complexas, o que os torna semelhantes aos grandes primatas.

“Nós afirmamos que todos os cetáceos, assim como as pessoas, têm direito à vida, à liberdade e ao bem-estar”, declararam após o encontro de dois dias, organizado pela Sociedade de Conservação de Baleias e Golfinhos.

Thomas White, diretor do Centro de Ética e Administração da Universidade Loyola Marymount, na Califórnia, participou do encontro e disse que golfinhos podem reconhecer a si mesmos em um espelho, capacidade rara em mamíferos que os humanos só adquirem aos 18 meses de idade.

“A caça às baleias é eticamente inaceitável”, disse à Reuters. “Elas têm um senso de si mesmas que nós achávamos que só os humanos tinham”.

Hal Whitehead, professor de biologia da Universidade a Dalhousie, no Canadá, afirmou que há mais provas de que as baleias têm cultura própria.

De acordo com ele, as baleias cachalote têm sonares tão poderosos que poderiam ensurdecer permanentemente outras baleias que estivessem próximas, caso fossem usados na potência máxima. Mas as cachalotes não usam os sonares como armas, mostrando o que Whitehead chamou de “senso de moralidade”.

“É como um grupo de caçadores humanos armados”, disse. “Há um claro sentido de como o sonar pode ser usado”.

Fonte: O Globo

Nota da Redação: Os direitos animais devem ser tão legítimos quanto os direitos humanos e se estender a todos os animais, não somente aos cetáceos.  A vida e a liberdade são direitos intrínsecos a todos os animais. A inteligência não deve servir de ponto de partida para legitimar direitos ou não. Não nos esqueçamos de que muitos seres humanos não se enquadram em níveis de racionalidade plena (exemplo: recém-nascidos, crianças, comatosos, portadores de certos tipos de enfermidade e problemas de ordem neurológica ou cognitiva), e nem por isso são desrespeitados em seu direito à vida. O mesmo peso e a mesma medida ética devem ser aplicados aos animais. Defender os animais pelo seu valor intrínseco é mais digno, é reconhecer que a ética plena não possui fronteiras e que a verdadeira justiça não discrimina seus beneficiários.

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