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"Geladeiras de pele" lucram à base do sofrimento animal

16 de maio de 2010
2 min. de leitura
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Por Fernanda Franco   (da Redação)

Ela corre os dedos pelo casaco felpudo da raposa  e o entrega ao dono do ateliê de peles. Sua peça favorita vai passar os próximos meses hibernando entre outros tantos visons, martas-zibelinas, chinchilas e coelhos dentro de uma câmara fria, todos cruelmente mortos para suprir a  vaidade egoísta de algumas pessoas.

“Pele é fascinante, mas as pessoas precisam saber que precisa de manutenção”, explica a professora de inglês Gilda Azevedo, 50. “É horrível ir ao teatro e ficar do lado de uma mulher com um casaco de pele cheirando a naftalina.”  Por este “nobre” motivo, ela deixa a pele da raposa num quarto onde a temperatura é mantida ao redor dos 15ºC e a umidade é baixíssima – ambiente ideal para que a pele se mantenha brilhante e macia, segundo os donos do negócio.

Geladeiras de pele

Não bastam as evidências do quanto a indústria de peles é cruel, nem a visível mobilização mundial contra a matança de animais de várias espécies para o consumo de suas peles. Esse mercado que movimenta um dinheiro sujo, oriundo do sofrimento e da morte de seres inocentes conta também com um negócio que caminha na mesma direção: “as geladeiras de pele”.

Apesar desse cenário horrendo, alguns empresários ainda se dedicam a garantir a manutenção dos casacos feitos à base da pele arrancada dos animais das maneiras mais terríveis e orgulham-se de manter as chamadas “geladeiras de pele”. Para eles, é uma forma de ganhar dinheiro na mesma medida em que se consomem as peles dos animais. Trata-se, portanto, de mais um mercado que sobrevive do sofrimento e da exploração de animais.

Luiz Mori, 60, e Marcos Mori Jr., 57, irmão de Luiz Mori, são donos em São Paulo de duas das poucas  “geladeiras de pele” do país. “O investimento mensal vale a pena”, garante um deles, demonstrando a total falta de consciência em relação à cruel realidade vivida pelos animais vítimas desse mercado.

Para conservar a pele refrigerada, a cliente paga um aluguel que, dependendo do tamanho e do animal, vai de R$ 40 a R$ 200 por mês.

Com informações de RicardoWestin/Folha Online

Nota da Redação: As geladeiras de pele estão para o mercado de pele, assim como qualquer coisa que guarde um produto feito à base de sofrimento está para o ato cruel embutido na exploração de animais.  Exemplos dessa equivalência: a geladeira que guarda pedaços de carne, leite, ovos e queijo; os guarda-roupas que guardam peças com couro e pele de animais. Qualquer coisa que apoiar o consumo de produtos oriundos da exploração de animais é igualmente desprovido de ética, pois consente a violência.

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