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Ativistas protestam contra "esporte" irlandês que joga lebres vivas para serem devoradas por cães

12 de maio de 2010
3 min. de leitura
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Por Lobo Pasolini (da Redação)

Cada cultura parece encontrar seus próprios métodos cruéis de declarar guerra aos animais sob uma fachada mal disfarçada de tradição e de “esporte”. Aliás, esportistas de verdade deveriam se manifestar a respeito e zelar pela preservação do termo. No Brasil, temos a farra do boi, as vaquejadas, puxadas de cavalo, além de outros exemplos de manifestações sádicas do inconsciente humano. Na Espanha, existem as touradas. Nos Estados Unidos, os rodeios (que vieram parar no Brasil). E por aí vai.

Agora, vamos falar de uma atividade do tipo mencionado acima que acontece na Irlanda. Ela se chama hare coursing e basicamente envolve o uso de lebres capturadas de seu habitat natural e jogadas em uma pista para que cães do tipo greyhound as persigam. Em alguns casos, elas são jogadas vivas nas bocas dos cães para atiçar seu apetite pela presa (isso se chama blooding). Trata-se de uma forma coletiva de dar vazão à perversão de alguns membros da sociedade para os quais só existem prazer e catarse na dor alheia. É uma atividade horrível que obviamente encontra bastante resistência naquela parte do mundo onde o movimento pelos direitos animais é bastante estabelecido.

foto de um cão perseguindo violentamente uma lebre
Foto: Reprodução/Indymedia

Recentemente, a Association of Hunting Saboteurs Ireland (Associação de Sabotadores de Caça da Irlanda) lançou um vídeo que mostra uma lebre agonizando em uma área cercada ao lado de uma pista de hare coursing enquanto outras esperavam o seu destino atroz. O áudio do vídeo consiste nos gritos de uma torcida que provavelmente assistia a uma outra lebre ser perseguida por cães. Como sempre acontece com os exploradores de animais quando sua real faceta é exposta, os organizadores do evento tentaram reverter o jogo. Nesse caso, o Irish Coursing Club disse que as imagens foram “armadas” e ofereceu 20.000 euros por informação que leve à condenação. A Association of Hunting Saboteurs, por sua vez, revidou exigindo um pedido de desculpas e disse que se trata de uma tática do Coursing Club para desviar a atenção dos acusados para os acusadores, que afirmam que o clube quebrou as regras estabelecidas pelas autoridades ambientais para que o evento possa acontecer.

Obviamente, a associação dos sabotadores busca brechas legais para poder chamar a atenção ao fato de que hare coursing é uma atividade bárbara e violenta. Eles estão simplesmente usando as armas legais atualmente disponíveis para lutar contra essa pseudotradição. Torturar, aterrorizar e matar animais causam dor e morte, incitam a violência e perpetuam a grande mentira de que os seres humanos podem fazer o que bem entendem nesse planeta. Essas atividades devem ser proibidas e coibidas pelas autoridades porque elas estão fora de sintonia com o ethos do mundo atual.

Em tempo: hare coursing está proibido no Reino Unido desde 2005. Dentro da Europa a atividade ainda acontece na Irlanda e Espanha.

Vídeo feito por estudantes suecos e usado pela Association of Hunting Saboteurs Ireland para denunciar o Irish  Coursing Club:

AOHS-ban hare coursing – Dying Hare from AOHS on Vimeo.

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