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Mais de cem animais são mortos em disputa de terras na região de Maule, no Chile

9 de maio de 2010
3 min. de leitura
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Por Raquel Soldera (da Redação)

Cento e onze bodes, três cães, dois carneiros, três cabras, um cavalo e uma vaca foram espancados até a morte. Os animais viviam na fazenda de Sergio Veliz, um agricultor que vive com sua família em Majuelos, na cidade de Huerta de Maule, no Chile. Segundo Véliz, setenta hectares estão sendo reclamados sem razão, por Jorge Olle.

Angela Veliz, filha do responsável pela denúncia da morte dos animais, disse que os animais têm sido violentamente atacados e de diferentes maneiras, como decapitação, envenenamento, apedrejamento, uso de machado e outras ferramentas utilizadas na agricultura para causar fraturas em várias partes do corpo dos animais. Além disso, recentemente terrenos próximos à casa da família foram incendiados.

Sérgio Véliz acusa o seu vizinho Oscar Bravo Bueno, empregado de Jorge Olle. Segundo Véliz, o acusado pelos crimes contra os animais tem maus antecedentes e já causou problemas para os moradores de Majuelos em outras ocasiões.

“Nós descobrimos que ele é o autor dos assassinatos. Ele foi visto pelos nossos vizinhos. Toda a região tem ciência dos crimes, mas a maioria é parente dele, então não denuncia”, disse a filha de Sérgio Veliz.

Ela relata que, desde os ataques começaram, em 2008, várias denúncias foram feitas ao Ministério Público de San Javier. No entanto, por alguma estranha razão, não são levadas em conta. “Os funcionários do Ministério Público disseram que não iriam fazer nada porque as pessoas envolvidas nos crimes são poderosas. O mais incrível foi a explicação que nos foi dada pelo procurador, Jaime Cáceres Pereira. Sem papas na língua, disse que não simpatizava com meu pai. Para culminar, a polícia tem ordens expressas de não investigar as denúncias que fazemos”, disse.

“Em fevereiro apresentamos no tribunal de San Javier uma denúncia de maus-tratos a animais. Até o momento não recebemos nenhum chamado. Apenas investigações policiais foram feitas no final de abril. Nós acreditamos que vai acontecer o mesmo de sempre, nossas queixas são encerradas e arquivadas. Por isso nós decidimos entrar em contato com um advogado, para fazer justiça aos animais e para que não continuem sendo assassinados. Precisamos viver em paz e não com a angústia de que qualquer um de nós amanhã pode ser executado”, concluiu.

Não é a primeira vez que os animais são vítimas de disputas territoriais no Chile. Em fevereiro, em Contulmo, região de Bio Bio, ladrões inseriram um pau com pregos no ânus de um boi. A ação criminosa incluiu o ataque a duas vacas (uma grávida) e um cão no mesmo terreno. Todos morreram.

Para a diretora executiva da Fundação CEFU, Alejandra Cassino, estes fatos só confirmam que os crimes contra animais são usados como uma forma de amedrontar terceiros. “Por isso, é necessário aperfeiçoar a atual lei de proteção animal. Nestes casos, tanto os animais quanto seus tutores são vítimas, mas como o Ministério Público arquiva os casos ou não investiga as denúncias, os agressores ficam impunes”, disse.

A negligência e o descaso das autoridades são responsáveis pelo sofrimento e pela morte dos animais, vítimas da ganância humana, incapazes de se defender de tamanha crueldade e brutalidade.

Com informações de PrensAnimalista

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