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Catarata: um susto!

9 de abril de 2010
3 min. de leitura
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Por Carla Diele

O mundo moderno exige muito empenho e o tempo acaba sendo curto para resolver problemas do trabalho, participar de todas as reuniões de negócios e cumprir compromissos diários. E não seria diferente no ambiente doméstico. A correria é tanta que as horas dedicadas ao seu animal acabam sendo o suficiente apenas para uma “festinha”, pôr água e comida e pronto. Se tiver sorte, sobra tempo para um passeio rápido para fazer as necessidades e “cheirar” algum amiguinho, mas tudo muito rápido!

Por isso é bastante comum o tutor chegar um dia em casa e observar uma mancha branca nos olhos do cãozinho. “Mas isso foi hoje? Ontem não estava assim! Ou será que estava?”

É. Provavelmente sim. Este pet pode estar sofrendo de catarata. Confirmado o diagnóstico, surgem as dúvidas: “Como? Catarata? Isso dá em animal? Pensei que fosse coisa de velho, ele só tem 1 aninho…” Ou então: “Meu cachorro não é diabético, como pode ter catarata?”

Sim, catarata é doença ocular que afeta a lente do olho (esta lente chama-se cristalino), deixando-a “esbranquiçada” e conforme a evolução, pode ficar toda branca, impedindo a visão do animal. Por isso é comum o tutor queixar-se de que seu companheiro está cego. Algumas vezes, a capacidade de enxergar está intacta, o que ocorre é que o cristalino, que deveria ser transparente, torna-se opaco, obstruindo a visão.

A catarata não é uma “doença de velho”. Ela pode ocorrer em diversas faixas etárias e por isso recebe uma classificação: pode ser congênita, observada nos primeiros dias de vida; juvenil, percebida em animais com até 2 anos; catarata adulta, em cães de 2 a 6 anos; e a senil, como o próprio nome diz, acomete cães idosos.

Outro ponto fundamental é determinar a causa da opacificação da lente. Ao pensar em catarata, é quase automático para alguns, lembrar do diabetes. Acontece que catarata pode ocorrer devido a vários fatores, como inflamações intra-oculares, medicamentos, traumas, o próprio diabetes e principalmente herança genética. Uma vez descoberta a causa, esta quando possível, deve ser tratada, assim como as enfermidades secundárias (uveíte e glaucoma, por exemplo).

Por isso, logo que se confirme o diagnóstico, é importante monitorar o paciente, para avaliação das outras estruturas e principalmente da pressão intraocular.

Já para a catarata em si, não existe terapia medicamentosa, ou seja, não há colírio que resolva! O tratamento é cirúrgico.

Atualmente existem vários especialistas capacitados que podem esclarecer sobre a cirurgia e dar as informações necessárias sobre o procedimento.

Não existe prevenção da catarata, mas é certo que quanto mais precoce for o diagnóstico, melhor.

Por isso, você que ama seu amiguinho de quatro patas, dedique alguns minutos do seu pouco tempo, não só para cumprir a sua obrigação, mas para enxergá-lo realmente. Assim, qualquer sinal de anormalidade será facilmente identificado e mais rápida será a resolução do problema e melhor será a qualidade de vida.


Carla Diele é veterinária no Rio de Janeiro – CRV 6165.

Publicado por: Vida Integral

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