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Nota de Repúdio

31 de março de 2010
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O grupo Vanguarda Abolicionista repudia a recente publicação de matéria sobre zoofilia em revista local, e em seu respectivo site.

Sem ser isento ou de denúncia sobre o assunto, o texto tendencioso teve tom jocoso e até com dicas para ‘relações’, devidamente ilustrado. Não nos parece assunto humorístico, pelo menos não para os animais que, explorados em vida de inúmeras formas, servem de vítimas para sedução sexual.

Tão logo soubemos da publicação, entramos em contato educadamente solicitando sua retirada, o que aconteceu no dia seguinte. Entretanto, a matéria voltou ao ar, sem algumas das fotos e com uma resposta que insulta a inteligência do leitor comprometido com a causa animal.

Repudiamos também a posição de autointitulados defensores dos animais que, em listas de discussão que ‘vazaram’, se mostraram favoráveis à zoofilia. A libertação animal e o antiespecismo prescindem de argumentação para colocar os animais em nível tal de igualdade que, por atração sexual, estariam disponíveis para uso dos humanos. Acreditar que não há preponderância humana em uma relação com um animal não humano – curiosamente, sempre um animal devidamente domesticado – é dar um status que apenas vai colocar em prejuízo todo animal que, dócil ao contato humano e depositando nele sua confiança, será explorado desta vez por meio de seus genitais.

Se não há crueldade ou maus-tratos na zoofilia – considerando-se um ato utópico em que não há agressão ou dor, abre-se uma gama de aceitação de tudo aquilo que não for estritamente doloroso aos animais. O que é incompatível com a luta pela inclusão dos animais não humanos no círculo de significação moral.

Sabemos que o tema é espinhoso, e muitos preferem não falar do assunto para fingir que ele não existe, mas somente tomando posição frente a uma prática degradante – e nisso não se inclui nenhum moralismo ou puritanismo – é que deixamos clara nossa total defesa dos animais.

Ponderações supostamente filosóficas apenas servem para manter os não humanos sob jugo dos humanos, seja para produção de alimentos, trabalhos forçados, testes de produtos, diversão sádica etc., incluindo-se aí a perversão sexual de alguns.

Em vez de um consenso mínimo em relação ao que é, também, usufruto dos animais pelos humanos, vê-se a publicação de textos e fotos grosseiras, seguida de apoio por parte de quem, esperava-se, estivesse do lado dos animais, o lado mais fraco.

Porto Alegre, 30 de março de 2010

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