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Projeto coleta informações sobre os menores tamanduás do mundo, os Tamanduaís

10 de março de 2010
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Pela primeira vez, um grupo de pesquisadores faz uma expedição em comunidades quilombolas da Amazônia para estudar o menor tamanduá do mundo, o Tamanduaí (Cyclopes didactylus), que mede aproximadamente 20 cm e pesa apenas 300g.

Espécie mede cerca de 20 cm, descontando a cauda. (Foto: Projeto Tamanduá/ Divulgação)
Espécie mede cerca de 20 cm, descontando a cauda. (Foto: Projeto Tamanduá/ Divulgação)

A expedição se inicia no dia 17 de março e vai percorrer dez comunidades quilombolas da Amazônia paraense, começando pela Reserva Biológica Rio Trombetas Porto (no município de Oriximiná no Pará ).

A pesquisa, realiazada pelo Instituto de Pesquisa e Conservação de Tamanduás no Brasil (Projeto Tamanduá), é inédita no mundo e conta com o apoio da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza.  O objetivo é coletar informações sobre  o animal. Os resultados da pesquisa contribuirão para que os cientistas conheçam os hábitos do animal e cataloguem dados sobre sua ecologia, saúde e genética. As informações também servirão de base para elaborar estratégias para a conservação do tamanduaí no Brasil, como parte da defesa da biodiversidade brasileira.

Sabe-se que o tamanduaí tem hábitos noturnos, vive no topo das árvores e se alimenta de cupins e formigas.  A distribuição original da espécie abrange as florestas tropicais localizadas na América Central e América do Sul, em regiões abaixo de 1.500 metros de altitude. No Brasil, há registros da espécie nos estados do Norte (Amazônia) e também alguns esporádicos na Mata Atlântica nordestina.

“O trabalho junto às comunidades quilombolas vai nos ajudar a responder perguntas básicas sobre os hábitos do tamanduaí , e sua relação com a comunidade (sobre as suspeitas deles serem capturados para servirem de alimento ou serem vendidos como mascote), com este entendimento buscamos analisar as principais ameaças desse animais na Amazônia”, diz a coordenadora do projeto, Flavia Miranda.

Apesar da quase inexistência de dados oficiais sobre o animal, os pesquisadores têm indícios de que o tamanduaí possa estar em declínio populacional . “A principal ameaça é a destruição de habitat. A população nordestina está criticamente ameaçada”

A partir dos resultados já alcançados a União Mundial para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) organização que reúne especialistas de todo o mundo e que avalia a categoria de ameaça das espécies, já se prontificou a classificar a população de tamanduá  do Nordeste brasileiro como criticamente ameaçada. A mesma classificação deve acontecer no Brasil, com o apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).


*Com informações do Projeto Tamanduá

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