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Vespas descobriram a penicilina milhões de anos atrás

8 de março de 2010
2 min. de leitura
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Por Giovanna Chinellato (da Redação)

Vespas da família Philanthus criam bactérias benéficas para manufaturar um coquetel de drogas que protege suas larvas de infecções. Os cientistas que fizeram a descoberta acreditam que isso pode ajudar o desenvolvimento de novos agentes que combatam super pragas humanas.

A era dos antibióticos começou em 1928, quando Alexander Fleming viu que a penicilina produzida por um mofo verde matava bactérias. Mas bem antes disso, vespas Philanthus já estavam revestindo seus casulos com antibióticos para combater micróbios maléficos. Esses insetos não apenas desenvolveram um método de manufaturar antibióticos, mas também os usam de uma maneira bem efetiva, disseram os cientistas para a Nature Chemical Biology.

Assim como os experts humanos aprenderam a fazer, as vespas combinam drogas diferentes, que trabalham juntas e destroem vários organismos diferentes.

Pesquisadores alemães descobriram que as vespas se unem a um tipo de bactéria chamada Streptomyces, em uma relação simbiótica que beneficia as duas espécies.

Em troca por ter uma casa, os insetos produzem um coquetel de nove antibióticos diferentes, efetivos contra um grande leque de bactérias e fungos maléficos.

Fungos, mofos e bactérias são as maiores ameaças para as larvas de vespas. As condições nos ninhos das vespas, úmidos e quentes, que contém uma grande quantidade de materiais orgânicos para alimentação, abrem caminho para proliferarem infecções.

Vespas fêmeas cultivam insetos úteis em lugares separados e aplicam-nos em células de criação de larvas. A larva de vespa, crescendo nas células, depois pega as bactérias e as transfere para a superfície do casulo.

Testes laboratoriais mostraram que as vespas empregaram uma forma de “medicação combinada” usando nove variedades de antibióticos.

Johannes Kroiss, da Max Planck Institute of Chemical Ecology em Jena, disse: “Um tratamento combinado de streptochlorin e oito piericidines diferentes que conseguimos isolar dos casulos ajuda a eliminar um bom espectro de microorganismos.”

“Isso não pode ser conseguido com uma única substância. Isso significa que milhões de anos atrás, vespas e seus parceiros simbióticos já tinham desenvolvido uma estratégia que é conhecida pela medicina humana como combinação de prophylaxis.”

O método explora a ação complementar de duas ou mais drogas, e é conhecido por prevenir o desenvolvimento de seres maléficos resistentes, dizem os pesquisadores.

A co-autora Martin Kaltenpoth, que lidera o grupo de pesquisa Max Planck em “insetos e bactérias em simbiose”, disse: “Nós supomos que simbioses de proteção como as dentre vespas e baterias Streptomyces são muito mais comuns no reino animal do que assumíamos.”

“Uma análise das substâncias envolvidas não apenas contribui para o entendimento da evolução de tais simbioses, mas também pode levar ao descobrimento de uma droga importante para a medicina humana.”

Com informações de Telegraph

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