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Polícia libera assassino que arrastou cão até a morte

3 de março de 2010
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O repositor de bebidas Isaac da Silveira, de 31 anos, tutor do cão da raça pit bull, que morreu na segunda-feira passada (22) no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Campinas (SP), após ser arrastado e deixado agonizando em uma passarela, na altura do Km 105 da Rodovia Anhanguera, foi localizado no dia 26, sexta-feira, e levado para prestar esclarecimentos no 8º Distrito Policial (DP), na Vila Padre Anchieta.

O assassino Isaac Silveira prestou depoimento na delegacia e foi liberado (Foto: Carlos Sousa Ramos/AAN)
O assassino Isaac Silveira prestou depoimento na delegacia e foi liberado (Foto: Carlos Sousa Ramos/AAN)

Era ele quem guiava a moto CG 150 Honda em que o animal estava preso. Chorando, Silveira contou que havia sido mordido na mão direita por seu cão, identificado como Johnny, e que resolveu se livrar do animal que cuidava desde filhote. O cachorro tinha pouco mais de 1 ano de vida. “Minha mão estava sangrando muito, achei que tinha perdido o dedo. Não queria fazer mal a ele, só levar para longe. Andei com o cachorro preso à moto por meia hora, sempre em primeira marcha”, disse o repositor. Por não se tratar de um flagrante, Silveira, que não tem antecedentes criminais, foi liberado.

O delegado José Roberto Mecherino Andrade, que responde interinamente pelo 8º DP, abriu um inquérito sobre o caso e apreendeu a moto envolvida para perícia. Outras testemunhas serão ouvidas nesta semana. Também será solicitado o laudo do CCZ, que apontou a morte do cachorro por hemorragia pulmonar. Artigo 32 da Lei Federal nº 9.605, de 1998, prevê pena de detenção, de três meses a um ano, e multa — que pode chegar a R$ 2 mil — a quem praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. A pena é aumentada de um sexto a um terço se o animal morrer, ressaltou o delegado.

“Estou perdido por causa disso, sou trabalhador, tenho duas filhas pequenas para criar. Eu suo a camisa, não é brincadeira. Me pegaram (a polícia) enquanto eu estava trabalhando”, lamentava Silveira, agachado e chorando na sala de depoimentos.

“No momento em que se cansava, ele se jogava no chão para que eu parasse. Estava muito ofegante, mesmo. Eu insisti para que ele continuasse andando. Queria ir para longe e não matar”, repetiu o dono do animal, que pagava R$ 180,00 para que Johnny ficasse no quintal de um amigo, em Sumaré. Silveira ia ver o cachorro esporadicamente. Antes, o cão ficava na casa da mãe do repositor, mas ela pediu que o retirassem dali.

Enquanto arrastava o animal por uma corrente, o repositor disse que um rapaz se aproximou oferecendo ajuda, dizendo que iria ligar para a carrocinha buscar o cachorro, que já estava exausto. “Como ele falou que ia ajudar, eu prendi o Johnny na passarela e fui embora trabalhar. Já estava atrasado para entrar no serviço”, justificou.

A polícia trabalhava no caso desde a quarta-feira passada, quando um Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado. Os investigadores tinham a placa da moto e, com ela, localizaram dois endereços onde Silveira poderia estar. Ele foi encontrado em um supermercado de um shopping da cidade, trabalhando no setor de bebidas.

Fonte: Cosmo On Line

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