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Cientistas mapeiam presença de répteis e anfibios nos Pampas

3 de março de 2010
3 min. de leitura
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O Pampa é o bioma brasileiro que mais demorou para receber a atenção de ambientalistas e conservacionistas. Sua paisagem de campo esconde a devastação sofrida pelo ambiente que, mesmo devastado, continua sendo campo. Por este motivo, a rica diversidade presente no bioma ainda é pouco estudada e conhecida. Muitas de suas espécies ainda não foram descobertas ou descritas pela literatura científica.

Um projeto desenvolvido pelo departamento de Zoologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com o apoio da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, vai pesquisar a riqueza e distribuição de anfíbios e répteis presentes no Pampa.

“O bioma não é tão pobre nem tão homogêneo como se imaginava. Há uma diversidade escondida na região e muitas espécies ainda são desconhecidas. Queremos identificar quais as áreas de maior riqueza”, afirma o biólogo e coordenador do projeto, Márcio Borges Martins.

A diversidade de répteis e anfíbios nos Pampas é grande, mas desconhecida. “Percebemos que já uma série de espécies ainda não identificadas na região  e as conhecidas são pouco estudadas. Além disso, não conhecermos a distribuição destas espécies no bioma”, explica o pesquisador.

Martins conta que, em 2007, publicou um artigo descrevendo uma nova espécie de cobra coral, que é de interesse médico pelo risco de acidentes. “É uma espécie de grande porte, a maior espécie do Sul do país e até então desconhecida para a ciência”, afirma.

Um dos principais problemas enfrentados na região é a silvicultura (cultura de eucaliptos), que tem se tornado cada vez mais comum, muda totalmente a paisagem dos Pampas e destrói sua biodiversidade. Os répteis e anfíbios são os mais afetados por estas mudanças na paisagem, pois precisam de calor e áreas abertas para sobreviver.

Os dados levantados pelo projeto vão permitir ainda a identificação de áreas prioritárias para a criação de unidades de conservação. Atualmente, menos de 0,5% do bioma está inserido em unidades de conservação de proteção integral e as áreas com remanescentes são pequenas e fragmentadas.

“Até recentemente, pouca atenção era dispensada para a conservação das formações de campo, se comparada às florestas tropicais. Apenas recentemente se iniciaram alguns esforços para a conservação do bioma”, comenta Martins. O projeto contempla a região norte do bioma Pampa, incluindo a porção sul do Rio Grande do Sul e entendendo-se ao Uruguai.

Sobre a Fundação O Boticário de Proteção à Natureza

A Fundação O Boticário de Proteção à Natureza é uma organização sem fins lucrativos, cuja missão é promover e realizar ações de conservação da natureza. Criada em 1990 por iniciativa do fundador do Boticário, a atuação da Fundação O Boticário é nacional e suas ações incluem proteção de áreas naturais, apoio a projetos de outras instituições e disseminação de conhecimento.

Desde a sua criação, já apoiou já doou U$ 9,3 milhões para 1.218 projetos de 390 instituições em todo o Brasil, e mantém duas reservas naturais, a Reserva Natural Salto Morato, na Mata Atlântica; e a Reserva Natural Serra do Tombador, no Cerrado, os dois biomas mais ameaçados do país.

Outra iniciativa é um projeto pioneiro de pagamento por serviços ecossistêmicos em regiões de manancial, o Projeto Oásis. Criado em 2006, o projeto premia financeiramente proprietários que protegem suas áreas de mananciais na região da Bacia do Guarapiranga, na Região Metropolitana de São Paulo. A metodologia adotada no projeto de São Paulo também é aplicada no Projeto Oásis Apucarana, interior do Paraná, para proteger nascentes três bacias hidrográficas da região.

Fonte: Paranashop

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