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Orca que matou treinadora no parque SeaWorld foi mais uma vítima da exploração

25 de fevereiro de 2010
2 min. de leitura
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Por Cesar Baima

Uma orca saltou do tanque e matou uma treinadora no parque SeaWorld, em Orlando, nesta quarta-feira (24). Fato lamentável, mas, na minha opinião, evitável.

Ao contrário do que muitos pensam, as orcas não são baleias, e sim cetáceos da família Delphinidae, a mesma dos golfinhos. São consideradas um dos animais mais inteligentes do mundo, com grande memória, comportamentos sociais complexos e capazes de resolver problemas lógicos. O cérebro de uma orca pesa cerca de 8 quilos, contra uma média de pouco menos de 1,5 kg de um homem adulto. Nada mais razoável presumir que tenham autoconsciência, isto é, a capacidade de se entenderem como sujeitos únicos. Essa tese  é defendida no documentário The cove, um dos favoritos ao Oscar deste ano, que afirma ainda que, por isso, muitos destes animais acabam sofrendo de depressão e transtornos de comportamento (veja o trailer e saiba mais).

Assim, retiradas dos vastos oceanos e levadas a tanques nos parques, as orcas são como pessoas presas em cubículos mínimos. E ainda são sujeitas a trabalhos forçados degradantes, numa escravidão de truques repetitivos e antinaturais para uma plateia escandalosa e barulhenta. Alguém pode culpá-las por enlouquecer, ter um ataque de raiva ou simplesmente buscar vingança contra um de seus algozes, já que a fuga é impossível? Detalhe: pelas descrições do ataque à treinadora, a orca usou exatamente a estratégia natural para capturar a dieta preferida da espécie, focas.

Como evitar que isso se repita? Simples: a proibição completa da captura de orcas e golfinhos para shows circences, assim como de leões, tigres, elefantes, macacos etc. Só devem permanecer em cativeiro animais já nascidos nesta condição, já que terão mínima ou nenhuma chance de sobrevivência caso devolvidos ao seu habitat natural. No caso dos zoológicos, talvez também a possibilidade de permanecer com animais extraviados, doentes e recuperados ou retirados de situações degradantes como a descrita.

Quer nadar com golfinhos? Mergulhe em Fernando de Noronha. Ver uma orca? Faça um cruzeiro pelo Ártico ou Antártida. Passear de elefante? Vá para a Índia. Ver um leão? Que tal um safári (fotográfico!) na África? Mas, como já disse, esta é apenas a minha opinião…

Fonte: O Globo

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