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Prefeito colombiano sugere que milhares de cães abandonados nas ruas sejam exterminados

24 de fevereiro de 2010
2 min. de leitura
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Por Marcela Couto (da Redação)

Na cidade de Mosquera, na Colômbia, a abundância de cães de rua tornou-se um grande problema para os humanos, embora criado por eles mesmos.

Foto: Chris Kraul / Los Angeles Times

O prefeito local, Luis Alvaro Rincon, chegou a anunciar que todos os animais deveriam ser cruelmente exterminados, mas felizmente a reação de repugnância da população permitiu que alguns novos passos fossem dados em direção a uma solução justa. Dentre eles está a criação de uma força-tarefa para construir um abrigo de animais, aumentar o acesso à vacinação e lutar contra as vendas de filhotes de cães.

Rincon chegou a declarar a frase: “Um cão de rua é um cão morto”, em seu discurso no verão passado.Cerca de 30 mil cães foram abandonados e permanecem nas ruas dos subúrbios.

Controle de animais é um conceito distante de Mosquera, uma cidade de 90 mil habitantes sem infraestrutura para cães.

Enquanto esses animais são descartados e obrigados a viver nas ruas, aumentam os problemas de saúde e segurança pública. A quantidade de fezes nas vias é alarmante, e 89 pessoas foram mordidas no ano passado, um aumento de 28% em relação a 2008.

O discurso odioso de Rincon não teve muita repercussão no começo. Mas, em outubro, um ativista dos direitos animais publicou o vídeo da declaração no Youtube, gerando centenas de ligações furiosas e e-mails de grupos defensores dos animais.

“Esse tipo de discurso só colabora com o desrespeito à vida na Colômbia. Há tanta diferença assim entre o massacre de animais humanos e não  humanos?”, disse Albeiro Ulloa, ativista de Bogotá.

Os protestos resultaram em uma manifestação de 300 ativistas dos direitos animais no mês passado, que foi confrontada por um grupo do mesmo porte defendendo Rincon.

Logo depois os ânimos de ambos os lados se acalmaram e os grupos decidiram trabalhar em conjunto para resolver o problema. Rincon retirou sua ordem de “captura e morte” e concordou em cooperar com a força-tarefa que arrecadará fundos para construir um abrigo de cães.

“Temos um desequilíbrio acontecendo aqui pelo excesso de cães,” disse Ivan Duque, um veterinário que integra a força-tarefa. “Mas esse problema não é dos cães, é um problema nosso. Afinal, nós é que somos os racionais.”

Com certeza não seria nada racional domesticar cães, reproduzi-los, vendê-los e depois abandoná-los nas ruas para serem exterminados.

Com informações do Los Angeles Times

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