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Pit bull é puxado por moto até morrer exausto

24 de fevereiro de 2010
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Um pit bull morreu anteontem (22/02) no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Campinas (SP) após ter sido resgatado com ferimentos pelo corpo em uma passarela de pedestres no km 105 da Via Anhanguera, na altura do bairro Nova Aparecida. O animal foi abandonado por volta das 9h sobre a passarela por um motociclista que chegou ao local com o cão amarrado em uma corda e sendo obrigado a correr ao lado do veículo.

A cena foi testemunhada por pessoas que trabalham na região e por outras que passavam pelo local. “Ele (motociclista) veio puxando o cachorro e parou em frente ao posto. O cachorro estava muito cansado e tentou deitar, mas ele não deixou e arrastou o animal até a passarela”, disse uma das testemunhas. Indagado pelas pessoas sobre o motivo que o levou a tratar o pit bull daquela forma, o motociclista, que estava em uma CG 150 e permaneceu com o capacete o tempo todo, afirmou que havia sido pago para “dar um fim no cachorro”. Após abandonar o cão, o homem fugiu do local.

O pit bull tinha ferimentos nas patas, unhas, coxas, cauda e região abdominal, estava ofegante e espumava pela boca. O animal ficou cerca de 30 minutos na passarela até o resgate do CCZ. Ao centro de zoonoses chegou debilitado, com as mucosas e a língua roxa, com dificuldade para respirar e a temperatura do corpo muito elevada, morrendo de hemorragia pulmonar devido ao esforço excessivo, segundo a médica-veterinária do CCZ, Marisa Denardi. “Recebemos pit bulls vítimas de maus-tratos, mas casos com tanta crueldade como este são incomuns”, disse a veterinária.

Anotada por testemunhas, a placa da moto que arrastou o pit bull foi passada para o CCZ, que, por sua vez, informou o número ao Instituto Anjos do Meio Ambiente (AMA), que afirmou à reportagem, ontem pela manhã, que registraria um boletim de ocorrência (BO). Até o fechamento desta edição, no entanto, nenhum boletim sobre o caso havia sido registrado no 8º Distrito Policial (DP), que atende a região do bairro Nova Aparecida.

Segundo Marisa, o CCZ recebe cerca de cinco denúncias de maus-tratos diariamente e encaminha os casos para entidades protetoras dos animais, que se encarregam de resgatar os bichos e registrar BOs contra os responsáveis. O CCZ só recolhe animais atropelados, em sofrimento em vias públicas, com suspeita de raiva ou outras doenças ou agressivos. Atualmente, cerca de 80 animais, a maioria cachorros, estão abrigados no CCZ.

LEGISLAÇÃO
O artigo 32 da Lei Federal 9.605 de 1998 prevê pena de detenção, de três meses a um ano, e multa a quem praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. A pena é aumentada de um sexto a um terço se o animal morrer.

Fonte:  Agência Anhanguera

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