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CMBIO e IBAMA apreendem meia tonelada de carne de caça e 60 jabutis na Serra do Divisor

18 de fevereiro de 2010
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O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) apreendeu 460 quilos de carne de animais silvestres e 50 jabutis na região do Parque Nacional da Serra do Divisor (PNSD), em operação realizada durante o carnaval, que teve ainda a participação do Ibama e da Polícia Civil do Acre. Já desde o ano passado, moradores de diversas comunidades do rio Paraná dos Mouras vinham fazendo denúncia da presença de caçadores profissionais na região, o que prejudica não só a preservação da fauna, mas também os moradores da região que praticam a caça de subsistência, já que a caça vai para cada vez mais longe.

Segundo relato do chefe da Reserva Extrativista do Rio Liberdade, Francisco Barbosa de Melo (Chico Ginú), a operação durou cinco dias. Dois veículos do Ibama com os seis componentes da expedição seguiram pelo ramal da Bananeira, até a comunidade Torre da Lua. Dali seguiram em dois barcos até a comunidade do senhor Natálio. Lá, a equipe fez barreira por duas noites e um dia não sendo encontrados os infratores. Decidiram então continuar a subir o rio, que está baixo para a época, tendo deixado um barco para trás. Foi um dia de subida por cima de paus e barrancos, a maior parte do tempo empurrando o barco.

Até que finalmente toparam com o grupo de caçadores que estavam em quatro canoas. Eram nove adultos e uma criança que traziam consigo quatro espingardas, uma motosserra, uma saca de sal, além da caça morta acondicionada em oito sacos de fibras e ainda os jabutis.

Segundo Chico Ginú, inicialmente os caçadores alegaram que a caça era de subsistência, o que ele contesta, pois a quantidade de caça era muito grande, além do mais a expedição já durava cerca de um mês. Entre os animais abatidos estavam anta, porquinho, veado, inhambu, paca, mutum jacu, jacaré e até macaco.  Segundo as denúncias que chegaram ao Ibama, uma é de que os caçadores ilegais comercializavam a caça nas comunidades do Paraná dos Mouras cobrando cerca de R$ 6,00 o quilo, enquanto o jabuti grande custava aproximadamente R$ 50,00.

Crime ambiental

Chico Ginú explica que os caçadores foram notificados e deverão comparecer à sede local do Ibama para esclarecimentos. Quatro foram indiciados: Raimundo Souza da Silva, Francisco de Araújo Moura, José Francisco de Oliveira da Silva e Jair Souza Teixeira. Eles foram os organizadores da expedição e, além disso, são os proprietários das espingardas apreendidas.

A multa para caça ilegal é de R$ 500,00 por quilo de carne apreendida e R$ 500,00 por exemplar de jabuti. A caça é proveniente das cabeceiras do Paraná dos Mouras e do entorno do rio Azul, que fica próximo dali e já pertence ao PNSD. Segundo Chico Ginú, alguns caçadores ilegais procuram organizar expedições em períodos como o de carnaval, imaginando que o pessoal do Ibama estariam pulando carnaval e desta vez foram pegos de surpresa. Segundo ele as operações contra a caça ilegal vão continuar, pois existem novas denúncias sendo apuradas. 

Fonte: Notícias do Acre

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