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Espécies voltam a povoar o Rio Batalha, em Avaí (SP)

7 de fevereiro de 2010
3 min. de leitura
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O rio Batalha, localizado no interior de SP, está voltando aos bons tempos. Depois de sofrer com assoreamentos e poluição, ele começa a dar sinais de recuperação. Uma prova contundente desse resgate é a presença de animais que há muitos anos estavam desaparecidos, inclusive de espécies que estão ameaçadas de extinção, como a perdiz, o papagaio-verdadeiro e o bico-de-pimenta.

Além disso, voltaram também algumas espécies de peixes que há muito não eram fisgadas pelos anzóis dos pescadores, como a tabarana. O rio está mais caudaloso e não é reflexo somente dessa época chuvosa. Segundo Sérgio Andrade Moreira, mais conhecido como “Capitão”, proprietário de uma chácara às margens do Batalha, em Avaí, o nível da água havia aumentado antes das chuvas.

Para o agrônomo e coordenador de projetos do Fórum Pró-Batalha, David Pompei Geraldo, a recuperação do rio é resultado dos diversos trabalhos que vêm sendo feitos nos últimos anos, como a recomposição da mata ciliar e o tratamento do esgoto que era lançado in natura nas águas do Batalha.

De acordo com David, nos últimos 14 anos, ou seja, desde que o Fórum (uma organização não governamental – ONG) surgiu, foram plantadas cerca de 380 mil mudas às margens do rio. Somado a isso, a cidade de Piratininga passou a tratar o esgoto doméstico que lançava no Batalha. Falta Bauru fazer sua parte. Segundo informações do Departamento de Água e Esgoto (DAE), a cidade lança cerca de 10% de todo o esgoto doméstico no rio Batalha.

Assim que a Estação de Tratamento de Esgoto (ETA) for uma realidade em Bauru, a tendência é que mais espécies passem a povoar as águas do Batalha.

Comprovação

A recuperação do rio tem sido testemunhada pelo biólogo Anderson Lucindo, mestrando em ecologia e recursos naturais pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Há cinco meses, ele está fazendo um levantamento da fauna que habita as margens do rio Batalha. O trabalho está sendo realizado em parceria com o também biólogo Daniel Contieri Rolim, doutorando pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu, que está estudando os anfíbios anuros (sapos, rãs e pererecas) da região.

Segundo Lucindo, a fauna selvagem e original ainda resiste às margens do Batalha. De acordo com ele, isso se deve ao estado de conservação da área. O biólogo diz que a mata ciliar está preservada em grande parte do trecho entre Avaí, Presidente Alves e Reginópolis. Segundo ele, os proprietários de terras têm respeitado a preservação dos 30 metros a partir da margem do rio como Área de Preservação Permanente (APP).

Por conta disso, animais como macaco-prego e aves como o tucano, guaxe e choró-boi ainda podem ser encontrados na mata para deleite do Capitão, ex-prefeito de Avaí e proprietário da chácara às margens do Batalha.

Todos os dias, ele oferece alimento aos animais. São pedaços de frutas e quirela apreciados com muito gosto pelos bichos. Enquanto eles se alimentam, Capitão os observa atentamente e maravilhado da porta de casa.

Ele tem a chácara há mais de 20 anos e conta que, desde o início do ano passado, começou a receber visitas de espécies que estavam desaparecidas há muito tempo. De acordo com o conhecimento adquirido ao longo do tempo em que está na chácara, ele contabiliza cerca de 40 cantos diferentes de pássaros que é capaz de ouvir de sua casa.

Entre eles, Capitão aponta o melro, que estaria quase extinto, o jacu, o bigodinho e o tucano, que traz consigo toda a beleza natural. “Fazia muito tempo que não ouvia esses cantos”, comemora.

Fonte: JC Net

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