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Cientistas anunciam pesquisas científicas sem a morte de baleias na Antártida

7 de fevereiro de 2010
3 min. de leitura
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Por Raquel Soldera (da Redação)

Cientistas divulgaram nesta semana que irão estudar as baleias na Antártida sem matá-las. Isso desafia a matança de baleias promovida pelo Japão, que assassina até mil baleias ao ano supostamente em nome da ciência.

O Japão tem uma frota de seis barcos baleeiros nas águas da Antártida como parte de seu programa científico baleeiro, uma exceção permitida pela Comissão Baleeira Internacional de 1986 sobre o fim da caça às baleias. Os opositores alegam que o programa científico do Japão é a caça comercial das baleias disfarçada, com a carne de baleia vendida para alimentação no Japão.


Baleias mortas por barco japonês em 2008. (Imagem: AP)
Baleias mortas por barco japonês em 2008. (Imagem: AP)


Cerca de 18 cientistas da Austrália, França e Nova Zelândia fazem parte da primeira viagem de seis semanas para a pesquisa das baleias, estudando sua alimentação e sua interação com o meio ambiente.

Andrew Leachman, capitão do navio de pesquisa Tangaroa, disse que espera chegar na borda da plataforma de gelo da Antártida na próxima semana, perto do Cabo Colbeck no Mar de Ross, onde a equipe começará a acompanhar as baleias em baixíssimas temperaturas.

O ministro da Conservação australiano, Peter Garrett, disse que o projeto de pesquisa, chamado de Southern Ocean Research Partnership, busca a reforma da gestão da ciência na Comissão Internacional Baleeira, colocando fim às pesquisas científicas com baleias e desenvolvendo acordos internacionais, cooperando com os planos de conservação das baleias.

“Não precisamos matar baleias para aprender sobre elas”, declarou Garrett.

As técnicas utilizadas pelos cientistas incluem biópsia de amostragem com dardos recuperáveis, fotografias, rastreamento via satélite, análise das fezes de baleia e levantamentos acústicos.

“Continuamos absoluta e completamente contrários a matar baleias em nome da ciência”, disse Garrett a repórteres antes de o navio Tangaroa partir na terça-feira (2), estendendo ao Japão e a outros países um convite para participar da pesquisa.

Apesar dos protestos de grupos contra a caça às baleia como a Sea Shepherd Conservation Society, o número de baleias mortas pelo Japão em seu programa científico mais do que duplicou, segundo Garrett.

Ele disse que o programa de pesquisa não se destina a recolher provas para uma eventual ação judicial contra a matança anual de baleias pelo Japão. O governo da Austrália enviou uma embarcação para fiscalizar a frota baleeira japonesa durante a temporada de 2007/2008 e recolher provas para uma possível ação judicial em um tribunal internacional, mas a ameaça de ação judicial ainda não foi levada adiante.

O Instituto de Pesquisa de Cetáceos do Japão não tem a intenção, neste momento, de fazer parte de tal programa de pesquisa, de acordo com Glenn Inwood, porta-voz do instituto. “Se você quiser caçar baleias… para comê-las, então você vai precisar de dados que só podem ser obtidos por meio de pesquisa com os animais mortos”, disse à Associated Press.

“Uma pesquisa sem a morte de baleias não pode fornecer dados relacionados à idade ou dados precisos sobre as taxas de parto individuais das baleias”, disse ele.

Os resultados preliminares da expedição dos 18 cientistas serão apresentados na reunião anual da Comissão Baleeira Internacional, em Marrocos, em junho. Inwood disse que o Japão irá responder à pesquisa quando for publicada.

As nações que apoiam o programa de pesquisa sem a morte das baleias são: Argentina, Austrália, Brasil, Chile, Costa Rica, França, Itália, México, Nova Zelândia, África do Sul, Uruguai e Estados Unidos.

Com informações de Msnbc

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