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INPA comemora novo nascimento de filhote de peixe-boi

3 de fevereiro de 2010
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Foto: Eduardo Gomes/Divulgação


A readaptação de animais retirados de seu habitat natural e criados em cativeiro pode não ser tão fácil quanto parece. Ciente disso, o Laboratório de Mamíferos Aquáticos do Instituto de Pesquisas da Amazônia (INPA) passou a desenvolver um programa de resgate e reabilitação que até o momento reintroduziu quatro peixes-boi órfãos na natureza, em 2008 e 2009. Hoje, um total de 42 animais, entre filhotes, jovens e adultos, são mantidos em tanques, da maneira apropriada — o que às vezes não ocorre em outras iniciativas. Além daqueles que foram resgatados, existem ainda os animais que nascem no local, como ocorreu no mês passado, quando a fêmea Boo deu à luz um filhotinho, o sexto nascido em cativeiros do INPA.

Segundo a pesquisadora Vera da Silva, responsável pelo laboratório, os animais que chegam ao instituto são provenientes de diversas áreas da Amazônia. Boo foi resgatada em 1974 e desde então vive no INPA. Ela já passou por quatro gestações, sendo que uma delas não foi adiante. “O mascote nasceu saudável e já nos primeiros dias de vida, no início de janeiro, nadou ao lado da mãe”, destaca a pesquisadora.

De acordo com Vera da Silva, grande parte dos animais resgatados chega bastante debilitada. “Infelizmente, não conseguimos reverter o quadro de todos favoravelmente. Alguns chegam a morrer, pois não resistem a tantos problemas de saúde”, lamenta. Conforme a pesquisadora, os filhotes de peixe-boi se alimentam do leite da mãe e ao longo da vida vão aprendendo, gradativamente, a se alimentarem de plantas. “Em cativeiros inadequados, os filhotes são alimentados com leite de vaca. Porém, o organismo desses animais não foi feito para digerir determinados alimentos. A lactose presente no leite, para eles, é um problema. Por esse motivo, os filhotes chegavam ao instituto com problemas estomacais e intestinais sérios”, enfatiza.

A pesquisadora conta ainda que o INPA está adotando um novo protocolo, que consiste na adaptação dos animais numa área de semicativeiro. Depois disso, eles serão reintroduzidos de vez na natureza. “É uma espécie de estágio antes do evento final propriamente dito”, reafirma. O INPA monitora os animais reintroduzidos no meio ambiente por telemetria. Nesse mecanismo, um aparelho transmissor de rádio, posicionado na cauda do animal, emite sinais de rádio que são acompanhados diariamente por pesquisadores do projeto Peixe-boi da Amazônia. 

Fonte: Correio Braziliense



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