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Pesquisadores mapeiam áreas para proteção de aves no Brasil

19 de janeiro de 2010
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Um grupo de mais de 60 pesquisadores, entre biólogos e ornitólogos, conseguiu mapear todo o Brasil e chegou à conclusão de que existem 237 áreas importantes para a conservação de aves no País. Ao somar as áreas, chega-se a 94 milhões de hectares, o equivalente a 11% do território nacional. Desse total, 163 áreas estão no bioma da Mata Atlântica. Na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal juntos, o número é de 74 áreas relevantes para a preservação das aves.

Os dados foram obtidos com base em dois grandes estudos. O primeiro foi publicado em 2006 e o segundo acaba de ser lançado. O projeto é da Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (Save), que representa a BirdLife International, uma aliança global de organizações não governamentais que têm como foco a conservação das aves e seus hábitats. O Museu de Ciências Naturais, da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, apoiou o trabalho.

As áreas consideradas relevantes pelos especialistas são chamadas de IBAs (da sigla em inglês Important Bird Areas). Essa rede de áreas pode ser considerada como o mínimo necessário para assegurar a sobrevivência das espécies de aves ao longo de seus locais de distribuição. E a conservação das IBAs pode assegurar, também, a sobrevivência de um grande número de espécies de animais e vegetais.

Extinção

Um dos critérios para determinar se o local analisado é uma IBA é verificar as espécies ameaçadas de extinção que ela regularmente abriga. E, nesse quesito, a Mata Atlântica está bem na frente dos demais biomas. “Cerca de 90% das aves ameaçadas do País estão na Mata Atlântica”, diz Pedro Develey, diretor de Conservação da Save Brasil e organizador dos estudos sobre as IBAs. De um total de 22 espécies classificadas como criticamente ameaçadas de extinção no Brasil, 15 estão na Mata Atlântica (elas podem ocorrer em mais de um bioma).

A maior IBA do mundo, por exemplo, está no Brasil e ocupa parte do Acre e da Amazonas. Ela tem 7,3 milhões de hectares e apresenta uma espécie ameaçada de extinção. Já a menor IBA do Brasil fica em Pernambuco. Possui somente 700 hectares, mas abriga sete espécies ameaçadas de extinção. Develey considera que a prioridade, portanto, deve ser a Mata Atlântica num primeiro momento. “A perda de uma espécie é para sempre”, argumenta.

Fonte: Cruzeiro do Sul

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